domingo, 2 de novembro de 2008

Questão de jeito

Um novo estudo sugere que a presença de possíveis genes gays em homens heterossexuais deixaria as mulheres loucas. E explica como esses genes teriam ajudado nossa evolução.
Fernando Torquatto, de 38 anos, sempre fez sucesso com as mulheres. Casado há pouco mais de sete meses com a produtora Marina Morena, ele fala do assédio feminino dos tempos de solteirice. “Muitas mulheres me abordavam, mesmo que eu não tivesse dado abertura”, diz. A aparência física de Torquatto é uma óbvia explicação para seu sucesso com o sexo oposto. Mas não é a única. Torquatto não se encaixa no senso comum de que as mulheres preferem o tipo galã machão. Um dos maquiadores mais disputados do país, está entre os poucos homens heterossexuais capazes de diferenciar uma sombra (usada para realçar os contornos dos olhos) de um glitter (aquele pó brilhante que se coloca nas pálpebras). E ainda pode dar dicas para a mulher sobre qual produto comprar para fazer o brilho durar mais tempo. Diz adorar pensar na decoração da casa e não se incomoda em discutir a relação – uma prática abominada pela maior parte dos homens. “Acho que chamo tanto a atenção das mulheres porque sou muito gentil”, diz Torquatto. “Faço a corte mesmo para minhas amigas e pessoas com quem trabalho.”
Essa explicação acaba de ganhar sustentação acadêmica. De acordo com um estudo recém-publicado por Brendan Zietsch, pesquisador da Universidade de Queensland, na Austrália, o segredo do sex appeal está na presença de supostos genes gays. Quando misturados com genes héteros na medida certa – não a ponto de tornar a pessoa homossexual, mas o suficiente para equilibrar características dos dois sexos –, fariam uma mulher ou um homem irresistíveis.
A teoria polêmica não saiu da cabeça do pesquisador australiano. Ele apenas tentou comprová-la com dados reais. Associou a orientação sexual de quase 5 mil gêmeos australianos – de ambos os sexos – ao número de relacionamentos que cada um teve. Descobriu que os heterossexuais com irmão ou irmã gay haviam tido mais parceiros durante a vida do que os héteros irmãos de héteros. O resultado comprovaria a tese: os gêmeos de homossexuais seriam mais atraentes porque, assim como os irmãos, teriam uma porção dos supostos genes gays.
A idéia circula entre acadêmicos há dez anos. E é apenas uma das teorias que tentam explicar como supostos genes que determinariam a homossexualidade teriam evoluído. A questão intriga os cientistas porque desafia as leis da seleção natural. Os genes gays deveriam ter desaparecido da população porque homossexuais têm poucos ou nenhum filho – e, portanto, o número de indivíduos que herdam esses genes iria diminuindo com o passar das gerações. A tese mais antiga para explicar a sobrevivência dos genes gays é de que os homossexuais ajudariam a criar os filhos de seus irmãos. Com mais recursos e atenção, esses descendentes teriam mais chances de sobreviver e transmitir os genes da família (entre eles, alguns dos genes gays). Essa teoria anda em descrédito porque os cálculos matemáticos mostram que apenas ajudar na criação dos sobrinhos não compensaria, em termos de propagação de genes, os filhos que os gays deixariam de ter.
Outras teses só funcionam para explicar a homossexualidade masculina, como a que afirma que, em mulheres, o gene gay aumentaria a fertilidade – daí sua propagação maior. Segundo pesquisas do primatologista italiano Andrea Camperio Ciani, da Universidade de Pádua, mães de homens homossexuais têm em média 2,7 filhos, enquanto as de heterossexuais têm 2,3. As tias maternas de gays têm 2 bebês em média. As de heterossexuais, 1,5.
A teoria em que Zietsch se baseou consegue explicar a homossexualidade de homens e mulheres. Ela pressupõe que os genes gays estimulariam a reprodução da espécie porque aumentariam a atratividade de ambos os sexos. Os homens com uma pequena porção de genes gays seriam mais sedutores porque teriam mais sensibilidade e empatia, características consideradas atraentes pelas mulheres. O que parece um contra-senso, porque elas geralmente são atribuídas ao sexo feminino. Mas, do ponto de vista evolutivo, essas características femininas nos homens indicariam um bom partido: um pai provedor e atencioso para os futuros filhos, que, por isso, lhes daria mais chances de sobrevivência. Nas mulheres, alguns poucos “genes gays” aumentariam o impulso sexual e a competitividade, o que faria com que elas tivessem mais parceiros e aumentassem suas chances de reprodução. Apenas quando encontrados em excesso em uma pessoa, esses genes a predisporiam à homossexualidade.
Se a linha que separa um gay de um hétero, de acordo com essa teoria, parece tão tênue – uma questão de genes a mais ou a menos –, explica-se por que muitos homossexuais exerçam tanta atração sobre as mulheres. O designer de jóias escocês Graeme McColm, de 36 anos, já cansou de agüentar garotas tentando “convertê-lo” à heterossexualidade. Ele faz o tipo “homem dos sonhos”. A começar pela aparência: tem 1,82 metro de altura, cabelos castanhos, olhos azuis e barba cerrada. Diz ter visto uma mulher derrubar café no colo da amiga enquanto passeava pela King Road, um dos endereços mais elegantes de Londres, onde mora. Afirma que foi atacado durante uma festa por uma garota que lhe tascou um beijo, e sempre que vai a clubes dançar ou a pubs alguma desavisada resolve jogar charme. Além dos atributos físicos, McColm ainda é simpático e bem-humorado. Entende de moda, adora arte contemporânea e é capaz de passar horas ao telefone contando com detalhes o último filme que viu no cinema. “Os héteros não são muito românticos e as mulheres estão carentes de atenção”, afirma McColm, assumido desde os 21 anos. “Por isso, homens com características mais femininas ou gays estão sempre rodeados de mulheres interessantes. Mas elas têm de entender que gay nasce gay.”
Os cientistas investigam há anos o que McColm garante com tanta convicção. Eles querem saber se a homossexualidade realmente tem raízes genéticas ou se é determinada apenas por fatores ambientais, como o tipo de educação. É quase consenso que a homossexualidade tem um forte componente genético. “É muito difícil encontrar estudos que consigam relacionar de maneira consistente a homossexualidade a fatores ambientais”, afirma o geneticista Renato Zamora Flores, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Por enquanto, a maior parte das pesquisas não foi muito além da especulação. O geneticista americano Dean Hamer foi quem chegou mais próximo de encontrar o famigerado “gene gay”. Em 1993, ele analisou 114 famílias de homossexuais e descobriu que os filhos gays e suas mães tinham genes em comum em uma região do genoma chamada Xq28. Quando presentes em homens, esses genes transmitidos pelas mães estariam associados à homossexualidade. O achado de Hamer é uma das pesquisas mais importantes na genética da sexualidade, mas não foi totalmente comprovado. Pesquisadores procuraram pelos genes do Xq28 em outros grupos de gays e não conseguiram encontrá-lo.

Questão de jeito

Hamilton passa no fim, assegura quinto lugar e título; Massa vence GP

Uma prova emocionante. Felipe Massa chegou a ser campeão em boa parte da última volta, mas faltando poucas curvas para terminar o GP Brasil, Lewis Hamilton conseguiu ultrapassar o alemão Timo Glock, da Toyota, assegurou a quinta posição e obteve os quatro pontos suficientes para assegurar a conquista inédita na tarde deste domingo.
Massa fez sua parte, conseguiu o objetivo que almejava desde o início da semana e venceu o GP Brasil pela segunda vez. Ele já havia ganho em Interlagos há dois anos. Se não levou o título, resta o consolo de ter se tornado o piloto nacional com mais triunfos em casa, ao lado de Emerson Fittipaldi (vencedor do GP em 1973 e 1974), Nelson Piquet (1983 e 1986) e Ayrton Senna (1991 e 1993).
O outro brasileiro a vencer a etapa nacional foi José Carlos Pace, em 1975.A diferença é que o trio vencedor duas vezes no GP Brasil tem o título da categoria, algo que Massa viu escapar em 2008 por muito pouco. O piloto da Ferrari terminou a temporada com 97 pontos, apenas um a menos que o inglês, que se recuperou da frustração do ano passado e tornou-se o piloto mais jovem a vencer a Fórmula 1. Ele tem 23 anos, nove meses e 26 dias, e superou o desafeto Fernando Alonso, que era até então o mais precoce a ser campeão, quando levou o título em 2005, com 24 anos.
O brasileiro chegou a ser campeão entre a 12ª e a 18ª voltas, quando ocupava a liderança e Hamilton estava fora dos cinco primeiros. O inglês, entretanto, superou o italiano Giancarlo Fisichella em uma manobra arriscada, assumiu o quinto lugar e levou os boxes da McLaren à vibração, principalmente o pai, o irmão e a namorada, que acompanhavam a prova.A partir daí, a corrida transformou-se uma amarga monotonia para o torcedor brasileiro, com Hamilton mantendo a posição, sem ter rivais próximos que o ameaçassem.
Na frente, Massa apenas controlou a vantagem para obter a décima vitória da carreira, a segunda no Brasil, mas que não foi suficiente para levar a taça.A oito voltas do final, a chuva deu uma nova cara ao GP. Os pilotos foram forçados a ir para os boxes, Hamilton caiu para quinto e, a duas voltas do final, Sebastian Vettel superou o inglês, jogando o inglês para o sexto lugar, que dava o título ao brasileiro.
Mas, a poucas curvas do final, o piloto da McLaren ultrapassou Timo Glock e conquistou o título.Já na disputa de construtores, a Ferrari sagrou-se campeã, já que chegou a Interlagos com 11 pontos de vantagem para a McLaren e a vitória de Massa foi o necessário para levar a conquista pela segunda vez consecutiva e a 16ª na história, abrindo para sete a diferença para a McLaren como a escuderia com mais títulos.
O brasileiro Rubens Barrichello foi um mero coadjuvante na prova com a 12ª posição, enquanto Nelsinho Piquet sequer passou da primeira volta, rodando sozinho. Os dois têm os postos ameaçados para 2009 e ainda não sabem se ficarão na categoria. Nelsinho tem negociação adiantada com a Renault, mas Barrichello é dado como nome certo na Fórmula Indy no próximo ano. Quem se despediu do circo da Fórmula 1 também foi o escocês David Coulthard, que abandonou a prova logo na primeira curva.
A provaMaior preocupação de todas as equipes antes do GP, a instabilidade metereológica comprovou a fama. O dia amanheceu com sol, durante a manhã caiu uma fina chuva, o sol chegou ao autódromo no início da tarde, mas cinco minutos antes da largada, quando os carros já estavam colocados para a volta de apresentação, uma forte chuva caiu em Interlagos. A largada foi adiada em 10 minutos e a corrida transformou-se uma loteria.Após a espera, os carros largaram, Massa manteve a primeira posição, assim como Hamilton segurou o quarto lugar.
No pelotão intermediário, porém, o escocês David Coulthard se tocou com os dois pilotos da Williams (Nico Rosberg e Kazuki Nakajima) e não conseguiu mais voltar. Era o término da carreira do britânico após 246 GPs. Alguns metros à frente, Nelsinho Piquet rodava sozinho e também deixava a prova.A direção da prova levou o safety car à pista, manteve o procedimento por três voltas e na saída do carro Massa segurou a liderança.
O asfalto começou a secar, o que levou as equipes à antecipar a parada nos boxes para troca dos pneus. O piloto da Ferrari parou no fim da 10ª volta, junto com Kovalainen. Hamilton completou o percurso apenas uma vez antes de fazer o seu pit, ao mesmo tempo que Trulli e Räikkönen. No retorno, porém, o inglês ocupava o sétimo lugar, enquanto Massa liderava e conseguia assim o cenário para ser campeão.
A alegria, porém, durou pouco. a 13ª volta, Trulli rodou sozinho e Hamilton assumiu a sexta posição. Cinco giros depois, o inglês ultrapassou o italiano Giancarlo Fisichella em manobra arriscada para assumir o quinto lugar, que lhe dava o título. Enquanto isso, Massa não conseguia abrir vantagem na liderança para o alemão Sebastian Vettel, que fazia tempos rápidos e chegou a estar a 0s4 do brasileiro.
O piloto da Ferrari só teve sossego na 27ª volta, quando o competidor da Toro Rosso parou nos boxes e Massa ganhou o conforto de ter 4s a frente de Fernando Alonso. Hamilton era o quarto.Consistente, o brasileiro ampliou a diferença em três segundos antes de fazer sua parada na 38ª volta. Alonso bem que tentou diminuir a vantagem nas três vezes em que percorreu a pista antes de seu reabastecimento, mas não foi suficiente e ele voltou, inclusive, atrás de Vettel.
Entretanto, o alemão teve de parar outra vez nos boxes, fez com que Hamilton subisse para o quarto lugar e apenas administrasse a corrida para levar a taça.A chuva, porém, voltou na 63ª volta, forçaram os pilotos a entrarem de novo nos boxes. A três voltas do final, Hamilton era o quinto colocado e tinha Vettel colado. O alemão da Toro Rosso conseguiu a ultrapassagem a duas voltas do final e deu a combinação que Massa precisava. Hamilton tentou o troco, mas não conseguiu. Porém, ele superou Glock a poucas curvas do fim e levou a taça.

















Caçula de três irmãos, Jui Huang sempre foi o mais "perdido" da família. O ator, que vive o Liu de "Negócio da China", nunca se encontrou profissionalmente. Prova disso é que, apesar de ter se formado em Educação Física, ele já trabalhou com vendas, administração... Mas apenas para se manter. "Nunca durei muito tempo nSeu destino profissional, no entanto, mudou quando ele começou a participar de comerciais e logo foi escolhido para atuar no filme "O Amor do Outro Lado do Mundo", de Lucélia Santos, previsto para estrear no fim do ano. "Já nas primeiras cenas tive certeza de que era isso que queria fazer para o resto da vida", afirma.
Nascido em Taiwan, na China, Jui veio para o Brasil com menos de dois anos de idade. "Como qualquer família de imigrantes, em busca de uma vida melhor", explica.Agora, ele atua em sua primeira novela como o chinês que movimenta - literalmente - a trama.
Seu personagem roubou US$ 1 bilhão já no primeiro capítulo da história, protagoniza cenas de ação dignas de cinema e agora busca desesperadamente o pendrive que contém as informações sobre o dinheiro. "Mas ele é um cara do bem. O vilão está vindo por aí", defende, referindo-se ao personagem de Anderson Lau, que se faz passar por Liu para recuperar a fortuna.Apesar da empolgação com o papel, Jui - que fala mandarim fluentemente - não esconde uma certa apreensão com a carreira. "Quando fiz o filme, perguntei para as pessoas do ramo como era o mercado para orientais. E me disseram que se eu largasse meu emprego para tentar, iria passar fome", recorda. Outro agravante, para ele, é sua cicatriz no lábios.Jui acredita que, para viver um lutador de kung fu, ela seja oportuna.
Mas já se preocupa com futuros papéis. "Será que poderei fazer um amigo do amigo sem estar atrelado ao fato de ser oriental? É essa minha meta. Vamos ver no que vai dar", avisa.uma coisa só", reconhece.

O futuro do capitalismo

O Globo News Painel fala sobre o futuro do capitalismo diante da maior crise financeira desde o crash de 29. Participam do programa Luiz Gonzaga Belluzzo, Simão David Silber e Marco Antonio Villa.

Um debate sobre a maior crise desde a de 1929

Segunda parte do programa sobre o futuro do capitalismo diante da maior crise financeira desde o crash de 29. Participam Luiz Gonzaga Belluzzo, Simão David Silber e Marco Antonio Villa.