terça-feira, 19 de agosto de 2008

Pais lecionam para os filhos, mas Justiça não permite

Segundo o pai, exame cobrou muitos detalhes.Justiça determinou teste, pois a família preferiu tirá-los da escola.

Os jovens mineiros David, 15 anos e Jonatas, 14 anos, fizeram nesta segunda-feira (18) exames de português e de ciências. Seriam provas normais, não fosse o fato de que elas testam dois irmãos ensinados pela família. Seus pais optaram por retirá-los da escola e por fornecer o conteúdo. Como a lei brasileira não permite jovens fora da escola, a Justiça determinou que os meninos fossem avaliados.

O primeiro dia de testes parece não ter sido favorável à dupla. "A prova de ciências eles acharam difícil. Eles tiveram que estudar para um tipo de prova mais genérica. E a que foi aplicada exigiu muitos detalhes de biologia, células, sistema nervoso. O caçula teve mais dificuldades", conta o pai, Cleber de Andrade Nunes.

Segundo ele, a avaliação de português não foi tão complicada. "De português eles não reclamaram. Foi mais normal", afirma.

De acordo com a professora de português da rede estadual de ensino de Minas Gerais, Roseli Miranda, que é a responsável pela prova de português aplicada nessa segunda-feira, a secretaria teve a preocupação de cobrar apenas o que os meninos de fato aprenderiam na educação fundamental. "A prova tinha 30% de questões fáceis, 40% médias e 30% difíceis. Qualquer aluno da rede pública teria condições de resolvê-la", afirmou a professora.

No entanto, estudantes comuns não estão submetidos à pressão de David e Jonatas, como lembra o pai: "São dois adolescentes de 14 e 15 anos que estão estudando para uma prova que pode determinar se os pais vão ser presos ou não. É muita carga sobre eles", diz.Nesta terça-feira (19), os jovens farão as provas de inglês e de história. O caçula ainda revisava a matéria na noite dessa segunda.

Maratona
Filhos do casal Cleber e Elisabeth Nunes, de Tímóteo (216 Km de Belo Horizonte), a dupla de meninos terá de enfrentar, ao todo, quatro dias de exames, das 7h30 às 11h, para mostrar para a Justiça que possuem conhecimentos gerais iguais aos alunos que freqüentam a escola. As provas são aplicadas no Centro Municipal de Educação Integrada, em Timóteo.

A Justiça havia determinado que as provas seriam aplicadas nos dias 28 e 29 de julho, mas os exames foram adiados porque a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais pediu prorrogação do prazo, devido ao recesso escolar dos professores. A notificação com a nova data da prova chegou no dia 12 de agosto e incluía quatro novas matérias, o que preocupou o pai dos meninos.

Número de disciplinas aumentou
De acordo com Nunes, a primeira notificação judicial determinava que os garotos deveriam fazer provas de matemática, geografia, ciências e história - já que os irmãos afirmaram para o juiz que estudam em casa português, inglês, hebraico e informática. Só que a nova notificação foi diferente: David e Jonatas terão de fazer provas de português, matemática, inglês, geografia, história, ciências, artes, e educação física (incluindo conhecimentos sobre a história do handball, basquete, futebol, atletismo e outros esportes de alto rendimento).

As provas foram elaboradas por uma comissão de 16 professores das secretarias municipal e estadual de Educação e os meninos só receberam o conteúdo programático das provas uma semana antes da avaliação. Segundo Nunes, cada disciplina terá 20 questões, sendo 15 delas de múltipla escolha e cinco discursivas - completamente diferente da proposta anterior, que previa 30 questões de múltipla escolha em cada disciplina e que os estudantes entregassem os rascunhos da prova de matemática.

Pressão e aulas particulares
Para dar conta de estudar tantas disciplinas, os meninos tiveram aulas particulares de matemática e enfrentam uma maratona diária de estudos na biblioteca da cidade, para que possam ficar mais sossegados, sem interrupções.

Apesar do sacrifício, o pai acredita que os meninos têm condições de ser aprovados nas provas, que terminam só na quinta-feira (21). "O que eu queria mesmo é que outros alunos da rede pública fossem submetidos ao mesmo exame, só para a gente fazer uma comparação justa", disse Nunes.

A decisão de tirar da escola e os processos na Justiça
O casal está sendo processado na área cível (por causa do descumprimento do ECA) e também criminalmente (por abandono intelectual) porque tirou os filhos da escola há dois anos, sob a justificativa da má-qualidade do ensino brasileiro. A legislação brasileira não permite a educação em casa e obriga que as crianças sejam matriculadas nas escolas.

Nunes viajou para os Estados Unidos (onde o método é permitido) e conversou com famílias que educaram os filhos em casa. Então, se encantou com o projeto e resolveu aplicar a mesma coisa dentro de casa. "Comprei todo material que os americanos usam. Eu não concordo que meus filhos fiquem presos a um currículo", disse.

Um conhecido da família resolveu dedurar a decisão de Nunes para a o Conselho Tutelar - que foi investigar o caso. "Eles chegaram aqui achando que a gente estava explorando nossos filhos, sabe? Colocando eles para trabalhar. E não é nada disso. Eles estudam seis horas por dia como qualquer outro jovem da mesma idade", disse.

Questionado sobre a importância de manter os meninos na escola para que eles tenham amigos e outro convívio social que não seja restrito à casa da família, Nunes tem a resposta pronta. "O único problema que eu vejo é que os horários deles podem ser diferentes dos horários dos meus filhos e isso acaba sendo um elemento dificultador. Mas a escola não é e nem será o último ambiente socializador. Meus filhos brincam e têm amigos", afirmou.

No processo cível, o casal foi condenado a pagar 12 salários mínimos e rematricular os filhos na escola. Nunes recorreu da decisão e agora aguarda ansioso o momento em que os filhos farão as provas para, enfim, mostrarem se têm ou não capacidade intelectual.

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Equipe da TV Globo fica cinco horas seqüestrada pelo Hezbollah

Correspondentes faziam reportagem sobre lanchonete em Beirute.Eles foram obrigados pelos militantes a embarcar de volta para Londres.

Os correspondentes da TV Globo Marcos Losekann e Paulo Pimentel foram seqüestrados durante cinco horas no Líbano e interrogados por integrantes do grupo terrorista Hezbollah.

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Eles faziam reportagem sobre uma lanchonete temática em Beirute que serve refeições ao som de tiroteios e ataques aéreos. O restaurante, que se inspirou nos conflitos do Oriente Médio para atrair clientes, fica no bairro controlado pelos militantes do grupo guerrilheiro. O Hezbollah, que também é um partido político, desafia o governo libanês e controla até o trabalho da imprensa.

A lanchonete tem sanduíches com nomes de armas, pratos inspirados em atos terroristas e refeições embaladas com papel camuflado, tudo preparado por um cozinheiro vestido como um soldado. Para completar, o ambiente é decorado com reproduções de armas e munições e redes de camuflagem. Pode parecer de mau gosto, mas a "Buns and guns", que em português significa "pães e armas", é a lanchonete mais agitada de Beirute.

A inspiração veio da vizinhança: ela fica no coração do Dahiye, o bairro controlado pelo Hezbollah, o "partido de Deus". O grupo terrorista também atua na política, luta contra Israel e faz oposição ao governo libanês. É como um Estado dentro de outro Estado. Tanto que, aqui, a credencial de imprensa emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Líbano, não vale nada. No meio da gravação na lanchonete, militantes do grupo apareceram de repente e mandaram que a equipe embarcasse em carros com cortinas que impediam a visão externa. Sob a mira de armas, eles foram presos e interrogados.

O equipamento foi apreendido, assim como os telefones celulares e documentos. Cinco horas depois, eles foram libertados com a ordem de voltar a Londres no primeiro avião. Os militantes devolveram os celulares, mas sem os cartões de memória. Da câmera de vídeo, eles retiraram a fita, mas não perceberam que a original, com as imagens exibidas na reportagem, havia sido trocada por outra. O Consulado do Brasil em Beirute apresentou uma queixa formal contra os abusos sofridos pela equipe. O governo do Líbano admitiu que, contra o Hezbollah, pouco ou nada pode fazer.

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