segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Drama de famílias em torno da dependência

DROGAS

Drama de famílias em torno da dependência
O crescimento do consumo de entorpecente tem aumentado cada vez mais o sofrimento de vítimas e parentes; nesta edição, o JTo aborda histórias tristes e de superação

As drogas não escolhem o usuário. Lícito ou ilícito, o consumo de entorpecentes ganha cada vez mais espaço e se enraíza na sociedade. Muitas vezes começa com simples goles de cerveja com os amigos até atingir a forma mais agressiva de 'prazer' produzido pelo crack, considerado hoje um dos maiores problemas na sociedade.

No Tocantins, em 2007, foram 1.360 gramas de droga apreendida pela Polícia Civil; no ano passado, subiu para 3.157 gramas; e, neste ano, em apenas seis meses (janeiro a junho), haviam sido apreendidos 1.007 gramas de drogas. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins.

Com o crescimento rápido do consumo de drogas, as famílias são atingidas diretamente e passam a viver o drama junto com os dependentes químicos, em vigilância constante.
É uma corrida contra o tempo. Assim, define o empresário Paulo (nome fictício) que há um ano luta para salvar seu único filho de 17 anos, usuário de crack. Segundo Paulo, o tempo é curto, pois sabe que, caso não consiga reverter o quadro, o pior pode acontecer. O drama do empresário palmense retrata bem o sofrimento de milhares de famílias brasileiras que têm ou já tiveram algum parente envolvido com drogas.

Paulo lembra que, quando seu filho tinha 14 anos, experimentou maconha. "Na época, eu e minha esposa conversamos, o orientamos, e passamos a vigiar mais, porém, não conseguimos evitar." O pai conta que, no início de 2008 percebeu pequenas alterações no comportamento do filho. "O vi mais irritado, dormindo mais que o habitual, e cada dia mais afastado da gente."
Em busca de respostas, Paulo começou a seguir o filho e descobriu que ele estava consumindo crack.

"Foi um baque, moramos no centro de Palmas e o acesso era próximo da nossa quadra." A facilidade de encontrar o produto e a rapidez com que a droga vicia foram o que dificultou o pai de descobrir o problema logo no início. "Ele estava consumindo há um mês, quando descobrimos, e até hoje não tivemos um avanço sequer", conta o pai emocionado.
Várias tentativas já foram feitas. "Só que tem que partir dele essa vontade de superar, estamos do lado dele e não vamos abandoná-lo. Só que é uma dor enorme de ver um filho seu doente. Ele está em decadência tanto física quanto intelectual."

Paulo sabe que a caminhada é longa, mas acredita que terá um final feliz. "Tenho que me agarrar na esperança, e estamos buscando ajuda para poder agir da melhor forma possível e vou conseguir ter de volta o meu filho nos meus braços."
VITÓRIA Mesmo com pouco tempo de recuperação do filho Elyhelton Francisco Silva Santos, 29 anos, a dona de casa Elezita Castro da Silva, 59 anos, comemorou, com bolo e vela, o primeiro mês do filho sem droga. Após um tratamento que durou um ano, e um mês longe do vício, Elezita conta que viu seu filho ressurgir novamente. O drama da dona de casa, que durou seis anos, junto com seu esposo, já falecido, teve altos e baixos.

"Foram momentos difíceis. Foram anos de luta. Teve horas que achávamos que não teria recuperação", relata Elezita. Segundo ela, o filho começou aos 12 anos, ingerindo bebida alcoólica, passou para maconha, depois para cocaína, até chegar ao crack. "Aí foi o inferno. Nos apegamos a Deus para superar, mas neste tempo, mesmo com toda a dificuldade, nunca brigamos com ele e muito menos o expulsamos de casa. " Pois Elezita afirma que o papel deles como pais é o de ficar ao lado sempre. "Se ele saísse de casa seria pior, aí sim estaríamos entregando o nosso filho de vez para as drogas."

A mãe lembra que um dos momentos mais doloridos nessa fase foi quando seu filho abandonou o quinto período do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Tocantins (UFT). "Ver um filho se afundando, deixando um futuro para trás é triste. Eu não vivia, eu vegetava".

Durante o período das drogas, Elezita tentou seguir seu filho para saber onde ele estava. "Ficava preocupada, eu tinha medo dele morrer." Hoje, olhando para atrás, ela percebe que agiu da forma certa. "Agi com amor, fui movida pelo amor de mãe e faria tudo de novo para ajudá-lo."
Aos pais que vivem essa situação, Elezita orienta a não abandonar seus filhos em hipótese nenhuma. "Seja acima de tudo um porto seguro; somente assim eles retornam, sabendo onde podem ancorar quando for necessário."

RECUPERAÇÃO A administradora Márcia Rodrigues, 27 anos, também conseguiu uma grande vitória com a recuperação do seu irmão Nilton Rodrigues, 32 anos. "Ele começou com o álcool aos 15 anos." Três anos depois, aos 18, Márcia relembra que seu irmão perdeu o controle completamente. "A bebida passou a ser frequente. Para ele, só era bom se tivesse álcool no meio."
Com o passar do tempo, até mesmos os pais de Rodrigues não viam mais saída. "Fiquei praticamente sozinha, mesmo com pouco tempo de casada, trouxe meu irmão para morar comigo e sei que isso foi fundamental para ele." Márcia conta que, no ano passado, precisamente no dia 22 de janeiro, seu irmão ingeriu bebida em excesso e quase morreu. "Ele ficou três dias internados e percebeu que, caso não mudasse, não iria resistir."
Hoje, depois da recuperação, Márcia vê com orgulho a nova vida do irmão. "É uma outra pessoa, se transformou, e isso é o mais importante."
Depoimento
"Comecei ainda na adolescência com a merla. No ano passado, fui para o Pará e comecei a usar crack, foi quando cheguei no fundo poço. Pela manhã até controlo o vício, mas quando chega à noite a vontade é incontrolável . Já vendi tudo, só tenho as roupas do corpo agora e ninguém vai querer roupa velha. Agora quero ajuda, preciso me tratar, tenho dois filhos e quero recuperar minha vida novamente. Caso não tenha ajuda, sei que posso morrer. Não desejo isso para ninguém, é a pior coisa do mundo. Hoje, vivo um inferno constantemente."
Sandra Clara Bueno Furman33 anos, é usuária de crack há um ano
Crack
ConsequênciasForma menos pura da cocaína, o crack tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se a urgência da repetição. Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-lo.
Consequências para a saúde Intoxicação pelo metalO usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.
Fome e sono O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.
Pulmões A fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito.
Coração A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer.

Fonte: Ministério da Saúde


Reportagem: Suene Moraes Palmas

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15 das maiores cidades têm um veículo para cada dois habitantes















Curitiba, Ribeirão Preto e Goiânia têm, proporcionalmente, maiores frotas.SP tem um veículo a cada 1,8 habitante. Rio tem 1 para cada 3 pessoas.
Em 15 das maiores cidades brasileiras, a quantidade de veículos corresponde a pelo menos metade da população, ou seja, um carro para cada dois habitantes, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O G1 fez o levantamento em todas as capitais e nas cidades com mais de 400 mil habitantes - ao todo são 58 municípios. A reportagem utilizou os dados mais recentes da frota nacional (referentes a maio de 2009) e da estimativa populacional do IBGE (realizada neste ano).
Quatro cidades têm um veículo para cada 1,6 habitante: Curitiba (PR), Goiânia (GO), Ribeirão Preto e São José do Rio Preto (SP). Florianópolis (SC), Campinas e Santo André (SP) têm um veículo para cada 1,7 habitante. A capital paulista tem um para cada 1,8 habitante. Caxias do Sul (RS), Santos, São Bernardo do Campo (SP) e Londrina (PR) tem um veículo para cada 1,9 habitante. Joinvile (SC), Palmas (TO) e Sorocaba (SP) têm exatamente um veículo para cada dois moradores. As capitais Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS), por exemplo, registram um veículo para pouco mais de dois habitantes. Veja tabela abaixo com os dados de todas as cidades maiores de 400 mil habitantes - as capitais estão em negrito.
Para Maurício Broinizi, coordenador-executivo do Movimento Nossa São Paulo, entidade que atua pela redução do uso de veículos na capital paulista, é preciso considerar que parte dos veículos informados pelo Denatran não está mais em circulação. "Os Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) têm grande dificuldade em dar baixa nos veículos fora de circulação. Ainda assim, um veículo a cada dois habitantes é muita coisa. Se considerar a população total, não somente a adulta que tem carta de motorista, temos um número exagerado de automóveis." Broinizi afirma que a única solução para reduzir a quantidade de automóveis em circulação é a melhoria do transporte público coletivo.
"Em São Paulo, o metrô está abarrotado no horário de pico. Os ônibus estão mal avaliados. O transporte público coletivo, que está rodando com sua capacidade máxima, é a única solução para esta questão. As pessoas têm o direito de ter carro, o grande problema é usar como meio de transporte. E complica o sistema viário da cidade, que não suporta a frota que tem. É preciso solução que atraia o usuário para o transporte público.
" O coordenador do Movimento Nossa São Paulo disse que a cidade de Curitiba (PR) é um exemplo de que a quantidade de carros pode ser contornada com oferta de transporte público. "Em Curitiba, por mais que o número de carros por habitante seja mais elevado, não se utiliza o carro como transporte diário. Em São Paulo, tem uma classe média que vê o transporte público como ruim. E, de fato, não oferece um bom serviço. Em Curitiba aconteceu o contrário. A cidade foi exemplo para várias outras do mundo e o transporte público é visto pela população de outra forma."
O advogado Marcelo Araújo, especialista em trânsito e assessor jurídico do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) do Paraná, concorda que, em Curitiba, o fato de existir um veículo para cada 1,6 habitante não acarreta influência negativa no trânsito local. "Há um número alto de locadoras que registram os veículos na cidade por conta do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) mais barato. Além disso, nem todos os veículos estão circulando. Tem muitas pessoas com mais de um veículo e não sai com todos ao mesmo tempo. (...) Em Curitiba você tem um trânsito que em alguns lugares e horários se torna problemático, mas não significa um trânsito parado, como em São Paulo." Araújo diz que o transporte público colabora para que o trânsito flua bem na cidade.

Taxa baixa
A cidade do Rio de Janeiro, a segunda mais populosa do país, tem um índice de 3,2 pessoas para cada veículo. Mas, na avaliação do professor Paulo César Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a proporção deve subir em alguns anos. "Essa taxa que é mais baixa do que em outras capitais em alguns anos deve alcançar taxas como a de São Paulo. Hoje o trânsito flui, mas tem ficado cada vez mais congestionado. O horário de pico se ampliou e o trânsito tem se espalhado por mais ruas. E isso deve piorar." Ribeiro também avalia que a única solução é o investimento em transporte público de qualidade para que as pessoas optem por deixar o carro em casa. O especialista em trânsito Cyro Vidal, que foi diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo por dez anos e participou da elaboração do Código Brasileiro de Trânsito, acrescenta ainda que não se pode deixar de lado a discussão sobre a substituição da frota antiga. "E aí vem a dificuldade porque eles (poder público) não sabem o que fazer com esses veículos antigos, mas é preciso discutir o problema."

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