quinta-feira, 10 de julho de 2008

Custo anual de um senador chega a R$ 1,7 milhão

Em uma reunião realizada ontem pela Mesa Diretora a portas fechadas, os senadores criaram mais um cargo de confiança para cada um deles. Com essa nova medida, o custo de cada parlamentar aumentou ainda mais. Agora, os 81 senadores poderão contratar mais um “assessor técnico”, cujo salário é de exatamente R$ 9.979,24. O impacto anual do novo cargo será de pelo menos R$ 803,8 mil. O valor poder ser maior, já que há outras vagas, como as nove, por exemplo, nas lideranças partidárias. Com isso, cada senador passará a ter um custo global mensal de aproximadamente R$ 139,7 mil, ou seja, quase R$ 1,7 milhão por ano. Assim, os 81 parlamentares terão um custo médio mensal de R$ 11,3 milhões por ano, totalizando R$ 135,8 milhões anuais. Cada senador recebe R$ 16,5 mil de salário, com direito aos décimos terceiro, quarto e quinto (esses dois últimos concedidos no início e no final de cada sessão legislativa). Além disso, têm direito a R$ 15 mil de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio-moradia, R$ 4,2 mil de conta de telefone e correio, R$ 9,9 mil com passagens (em média, pois depende do estado de origem do parlamentar), gastos com combustível e um carro a disposição com motorista (veja tabela com os itens).
A discussão sobre a criação do novo cargo, que pode se transformar, por exemplo, em quatro vagas com salários menores, vinha ocorrendo desde maio desse ano entre o primeiro secretário da Câmara, deputado Efraim Morais (DEM-PB), e o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. No entanto, como houve pressão naquele mês para que o cargo não fosse criado, a idéia recuou. Só agora, faltando poucos dias para o recesso parlamentar que começa na próxima semana, o tema ganhou espaço e foi aprovado.
Na reunião de ontem sobre o tema com os demais seis integrantes da Mesa Diretora, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que era contra a criação do cargo. No entanto, parece que sua resistência não adiantou. A Mesa aprovou a medida com a justificativa que os líderes partidários já haviam assinado o ato que trata da nova função. O quarto-secretário da Mesa, senador Magno Malta (PR-ES), argumentou ao Correio Braziliense.
“Os líderes assinaram. Já estava tudo pronto”. Restou a Garibaldi lamentar, já que ele foi o único contra a aprovação da medida. “Fui voto vencido. Fiquei isolado. Venceu a maioria”, disse. A aprovação da medida seria uma reação dos senadores à decisão da Câmara, em abril, de aumentar a verba de gabinete dos deputados de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil.

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