quarta-feira, 26 de setembro de 2007

66% dos jovens não têm habilitação, diz pesquisa

Trânsito - Levantamento foi realizado pelo Detran, em Palmas, em agosto deste ano, com 1.471 pessoas de 14 a 29 anos

Suene MoraesPalmas

Uma pesquisa realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran-TO) mostrou que 66% dos jovens de Palmas que dirigem não têm carteira de habilitação. A pesquisa O jovem palmense e o trânsito: percepções, atitudes e comportamentos, divulgada ontem, foi realizada em agosto deste ano e entrevistou 1.471 jovens de 14 a 29 anos.
Dos entrevistados, 920 cursam o ensino superior e 571 o ensino médio. “São dados reveladores”, disse a psicóloga Rosivânia Lúcia Silva Tosca, coordenadora da pesquisa. Segundo ela, tão preocupante quanto esse dado é o fato de que 59% dos jovens, sobretudo os que dirigem irregularmente, contam com o apoio familiar. Apenas 17% declararam ter aprendido a dirigir com instrutores qualificados. A grande maioria aprendeu com os pais, familiares ou amigos, sem passar pelos Centros de Formação de Condutores.
A principal constatação é de que a sensação de impunidade impera sobre a legislação de trânsito, trazendo descrédito a possíveis sanções previstas na lei, segundo Rosivânia. “Os jovens acreditam que não serão “pegos” dirigindo sem a habilitação”, destaca. Para se ter uma idéia, os jovens têm consciência de que as ações para evitar abusos no trânsito não são respeitadas e que a fiscalização praticamente não existe. “Ele não acredita nas leis”, afirmou.
Os dados também mostram que 48% das pessoas na faixa etária de 14 a 18 anos costumam sair de carro no trânsito. As estatísticas revelaram ainda que 41% aprenderam a dirigir entre os 12 e 15 anos de idade.
BEBIDAAlém disso, outro dado que merece destaque é que 75% dos entrevistados afirmaram que já presenciaram amigos ou outras pessoas dirigirem após consumirem bebidas alcoólicas ou drogas. “Por isso que os jovens são considerados mais vulneravéis pela Organização Mundial de Saúde e conseqüentemente são as maiores vítimas fatais no trânsito”, conta Rosivânia.
A coordeandora da pesquisa lembra que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) contabilizou que, em 2005, dos mortos em acidentes de trânsito no País, 43% tinham entre 18 e 29 anos. “Não há nenhuma ação definida para um trabalho sério de educação”, lamentou Rosivânia. “É obrigatório por lei a educação para o trânsito, porém, é mais uma lei que não se cumpre”, finaliza.
Segundo Rosivânia, a pesquisa traça o perfil do jovem da Capital e no trânsito e isso é importante para que os trabalhos sejam específicos. “Já sabemos que os pais são os que mais incentivam os filhos a dirigirem, ou seja, temos que focar neles também”, conclui. Os dados foram apresentados no encerramento da Semana Nacional de Trânsito, ontem, às 19 horas, no auditório do Centro Universitário de Palmas (Ceulp/Ulbra).
AGRADECIMENTOO presidente do Detran-TO, Joaquim Balduíno, em visita ontem à diretora-geral da Unidade Tocantins da Organização Jaime Câmara, Fátima Roriz, agradeceu a cobertura jornalística feita pelo Jornal do Tocantins e TV Anhanguera durante a Semana Nacional do Trânsito. “O saldo da campanha deste ano é bastante positivo. Estamos com palestra sobre educação no trânsito agendadas até novembro”, destaca. Na oportunidade, Balduíno entregou os kits promocionais da campanha a Fátima, ao editor-chefe do JTo, José Sebastião Pinheiro, e ao editor-executivo da TV Anhanguera, Fernando Ferreira. (Colaborou V. M.)
Dados da pesquisa
66% dirigem sem carteira de habilitação;59% aprenderam a dirigir com pais ou demais familiares;17% somente aprenderam a dirigir nos centros de formação para condutores;41% aprenderam a dirigir dos 12 aos 15 anos.
Fonte: Departamento Estadual de Trânsito (A pesquisa foi realizada com 1.471 jovens palmenses de 14 a 29 anos, em agosto deste ano, pelo Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins - Detran

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