quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Aniversário Academia Tocantinense de Letras. Um brinde à literatura do Tocantins.

Em seu 17º aniversário, a ATL consolidou-se como uma entidade séria e, para comemorar, lança hoje, dois livros de imortais ilustres

Lenna Borges
Palmas


A Academia Tocantinense de Letras (ATL) comemora hoje, seu 17° aniversário de criação. Em pauta, às 14 horas, será realizada Assembléia Ordinária para tratar de assuntos como: síntese das atividades da ATL em 2007; calendário das ações da entidade para 2008 e a segunda edição da Revista da ATL.

Já às 20 horas, lançamento de duas obras de escritores-acadêmicos, são elas: Faceta da Vida Cristã, de Margarida Lemos Gonçalves, e Cronologia Histórica do Estado do Tocantins, de Otávio Barros. O evento ocorre na sede provisória da ATL, no Espaço Cultural.

Para o presidente da ATL, Eduardo Silva de Almeida o evento será o coroamento do ano proveitoso para a Academia, uma vez que, em 2007, foram realizadas várias atividades e a instituição foi convidada para participar em todas as ações de diferentes vertentes culturais.

Almeida cita ainda, a continuidade dos projetos que foram relevantes para o bom andamento e visibilidade da Academia, como: o Chuva de Poemas, o Concurso Nacional de Poesia, o Jovem Escritor e a I Caminhada das Letras. “Também vale destacar as reuniões itinerantes que foram ampliadas para todas as cidades do Estado, para a divulgação da literatura nas escolas, com professores e alunos”, reforça.

O presidente lembra também, da participação da Academia em eventos, como: Fest Palmas, o III Salão do Livro do Tocantins e Festa Literária Internacional de Parati (Flip), no Rio de Janeiro, entre outros.

Histórico
Academia Tocantinense de Letras foi fundada em 12 de dezembro de 1990, em Porto Nacional. Atualmente, a sede provisória esta instalada na Biblioteca Jaime Câmara, Espaço Cultural, em Palmas. Idealizada pelos escritores Ana Braga, José Liberato Costa Póvoa e Juarez Moreira Filho, a entidade possui 40 membros efetivos e já teve na presidência Liberato Costa Póvoa, Margarida Lemos, Mary Sônia Valadares, Juarez Moreira Filho e Isabel Dias Neves.

A ATL tem como objetivo a cultura da língua pátria e o incentivo à literatura, com ênfase para a tocantinense. Atualmente, possui 40 membros perpétuos, efetivos ou licenciados, residentes ou que tenham residido por mais de cinco anos no Tocantins.

A atual Diretoria - triênio 2007 a 2009-, é formada pelos seguintes membros: Eduardo Silva de Almeida (presidente), Sebastião Pinheiro (vice-presidente), Dourival Martins Santiago (secretário geral), Margarida Lemos Gonçalves (1ª secretária adjunta), Mary Sônia Matos Valadares (2ª secretária-adjunta), Voltarie Wolney Aires (tesoureiro), Isabel Dias Neves (oradora) e José Francisco Concesso (bibliotecário).

No Conselho Fiscal estão Gilberto Correia da Silva, Zacarias Gomes Martins e Josefa Louça e os suplentes Manoel Odir Rocha, Júlio Resplande de Araújo e Múcio José Brekenfeld Lopes Fernandes.
Perfis
Otávio Barros
Otávio Barros da Silva, fundador da Cadeira 38 da Academia Tocantinense de Letras (ATL), cujo patrono é o jornalista e escritor Oswaldo Ayres da Silva. Natural de Ourinhos (PE), veio para Tocantins em 1972. Quando estudante em Recife foi presidente da Residência Estudantil do Recife, em 1964. Desistiu da faculdade de Filosofia e ingressou no jornalismo. Barros é autor de Dicionário de Tocantins, Literatura Tocantinense, Cultura Popular do Tocantins, Breve História do Tocantins e de sua Gente - Uma Luta Secular, Tocantins - Conhecendo e Fazendo História, Anuário do Tocantins e História da Imprensa no Tocantins. (L.B)
Margarida Lemos
Nascida em Vitória (Espírito Santo), no dia 5 de fevereiro de 1927, Margarida Lemos é pedagoga licenciada pela Universidade Federal do Pará e bacharel em Educação Religiosa pelo The Baptist Seminary Fort Worth, no Estado americano do Texas. Mudou-se para Tocantínia, então Norte goiano, em 1948, onde foi professora e diretora do Colégio Batista daquela cidade.
Sua peregrinação missionária a levou para estados como Maranhão e Pará, nos quais também foi professora. Foi membro do Conselho Estadual de Educação do Tocantins e presidente da ATL. É membro da Academia Palmense de Letras (APL) e foi também diretora do Colégio Batista de Palmas. Publicou a obra Beatriz, a que faz feliz. É membro da ATL, ocupando a cadeira 22, da qual tomou posse no dia 2 de março de 1991.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

Jalapão (TO)

Por ainda não possuir uma desenvolvida infra-estrutura turística, Jalapão é um destino designado propriamente para os legítimos aventureiros. Além dos costumeiros esportes radicais, os audaciosos visitantes terão que encarar fortes e tortuosas caminhadas, uma deficiente fonte de alimentos e campings e pousadas rústicas.
Porém, como prêmio, devidamente merecido, ganharão passeios inesquecíveis em dunas alaranjadas, banhos em diversas cachoeiras deliciosas e ainda terão a oportunidade de ver paisagens surpreendentes. A cidade é uma fortuna de ecoturismo que ainda está para ser realmente descoberta pelo Brasil.
Como chegar
Localizada no leste de Tocantins, Jalapão fica a 2229 km de São Paulo, 2380 km do Rio de Janeiro, 1663 km de Belo Horizonte, 820 km de Brasília, 2747 km de Porto Alegre e 1727 km de Salvador.
O melhor modo de seguir de São Paulo a pequena cidade é pela SP-310 até São José do Rio Preto, pela BR-153 até Goiânia, com a BR-060 até Anápolis, voltando então para a BR-153 até Palmas. Pega-se então a TO-050 até a Porto Nacional e de lá siga 132 km pela TO-255 até Ponte Alta de Tocantins. Dessa cidade sai uma estrada de terra que cruza Jalapão. Nesse ponto as estradas começam a ficar mais precárias, então é importante dobrar a atenção.
Para ir via área, há vôos diários à Palmas, de lá deve se alugar um carro ou procurar um ônibus que faça o caminho até a cidade em questão, que fica a 453 km de distância.
Passeios
Há diversas excursões para se fazer em Jalapão, porém todas se resumem na vontade de se aventurar e muito contato com a natureza. Além dos passeios, há também trilhas para trekking e off-road. Só é preciso se preparar antes com um guia, para não acabar se perdendo pelos confusos caminhos da mata e se informar sobre a previsão do tempo (a melhor época para visitar a cidade é de maio a setembro, que é a estação seca).
Para começar existem as cachoeiras do Latejado e do Brejo da Cama, que têm acesso pela Fazenda do Chiquinho, depois de 45 km de estrada. A primeira possui 25 metros e é composta por degraus, resultando em várias quedas. A outra, apesar de também ser muito bonita, possuí apenas 3 metros de altura.
Já a cachoeira da Velha possui duas quedas em forma de ferradura e deságua no Rio Novo. O acesso é feito pela Fazendo Triago, depois de 101 km e tem 25 metros de altura. Outra muito procurada, apesar de ter uma pequena queda, é a cachoeira do Rio Formiga. Suas águas esverdeadas e transparentes chamam atenção dos turistas e valem os 199 km de estrada até São Felix do Jalapão.
Para fortes emoções a dica é escolher o passeio de rafting no Rio Novo. Começando na altura da Ponte do Rio Novo e terminando perto da cachoeira da Velha, ele vai ficando cada vez mais emocionante conforme chega ao final. Além disso, durante o percurso se pode conhecer diversas formações naturais, como o cerrado e os chapadões.
Ainda existem diversas opções, como a gruta de Suçuapara. Com 15 metros de altura e 60 metros de comprimento, forma um cânion com cachoeira com águas calmas e amenas. Há também as famosas dunas alaranjadas, que chegam até a 40 metros de altura e se encontram no km 136 da estrada para Mateiros e o Fervedouro, que é uma piscina natural. Este nome foi designado ao local, pois, por causa do lençol freático que se encontra sob suas águas, elas borbulham, dando a sensação de que está fervendo.
Dicas
É importante ir bem equipado com mantimentos, pois a cidade não é bem estruturada em relação a restaurantes, padarias e supermercados. Outro importante item é gasolina. É bom se abastecer com um galão, além de encher o tanque, pois o último posto fica em Ponte Alta.
Recomenda-se também tomar a vacina contra febre amarela dez dias antes da viagem a Jalapão, pois é uma área considerada de risco por causa de suas matas e rios, que podem conter a presença natural de vírus.
Informações turísticas: (11) 3819-4600

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O português falado no Brasil é talvez o mais rico e o mais imoral dos idiomas no que se refere à definição de infância

Os esquimós têm diversos nomes para indicar a neve. Para eles, cada tipo de neve é uma coisa diferente de outro tipo. Para os povos da floresta, cada mato tem um nome específico. Os habitantes dos desertos têm nomes diferentes para dizer "areia", conforme as características específicas que ela apresenta. Para conviver com seu meio ambiente, cada povo desenvolve sua cultura com palavras distintas para diferenciar as sutilezas do seu mundo. Quanto mais palavras distinguindo as coisas que as rodeiam, mais rica é a cultura de uma população.
Os brasileiros urbanos desenvolveram sua cultura criando nomes especiais para diferenciar o que, para outros povos, seria apenas uma criança.
A sociedade brasileira criou palavras que distinguem cada criança conforme sua classe, sua função, sua casta, seu crime .
Para poder circular com segurança nas ruas de suas cidades, os brasileiros do começo de século 21 têm maneiras diferentes para dizer "criança". Não se trata dos sinônimos de antigamente para indicar a mesma coisa, como "menino", "guri", "pirralho". Agora, cada nome indica uma sutil diferença no tipo de criança. O português falado no Brasil é certamente o mais rico e o mais imoral dos idiomas do mundo atual no que se refere à definição de criança. É um rico vocabulário que mostra a degradação moral de uma sociedade que trata suas crianças como se não fossem apenas crianças.
Menino-de-rua significa aquele que fica na rua em lugar de estar na escola, em casa, brincando ou estudando, mas tem uma casa para onde ir - diferenciado sutilmente dos meninos-de-rua, aqueles que não apenas estão na rua, mas moram nela, sem uma casa para onde voltar. Ao vê-los, um habitante das nossas cidades os distingue das demais crianças que ali estão apenas passeando.Flanelinha é aquele que, nos estacionamentos ou nas esquinas, dribla os carros dos ricos com um frasco de água em uma mão e um pedaço de pano na outra, na tarefa de convencer o motorista a dar-lhe uma esmola em troca da rápida limpeza no vidro do veículo. São diferentes dos esquineiros, que tentam vender algum produto ou apenas pedem esmolas aos passageiros dos carros parados nos engarrafamentos. Ou dos meninos-de-água-na-boca, milhares de pobres crianças que carregam uma pequena caixa com chocolates, tentando vendê-los mas sem o direito de sentir o gosto do que carregam para outros.
Sutis diferenças
Prostituta-infantil já seria um genérico maldito para uma cultura que sentisse vergonha da realidade que retrata. Como se não bastasse, ainda tem suas sutis diferenças. Pode ser bezerrinha, ninfeta-de-praia, nina-da-noite, menino ou menina-de-programa ou michê, conforme o local onde faz ponto ou gosto sexual do freguês que atende. E tem a palavra menina-paraguai, para indicar crianças que se prostituem por apenas um real e noventa e nove centavos, o mesmo preço das bugigangas que a globalização trouxe de contrabando, quase sempre daquele país. Ou menina-boneca, de tão jovem que é quando começa a se prostituir, ou porque seu primeiro pagamento é para comprar a primeira boneca que nunca ganhou de presente.
Delinqüente, infrator, avião, pivete, trombadinha, menor, pixote: sete palavras para o conjunto da relação de nossas crianças com o crime. Cada qual com sua maldita sutileza, conforme o artigo do código penal que cabe, a maneira como aborda suas vítimas, o crime ao qual se dedica...
Podem também, no lugar de crianças, serem boys, engraxates, meninos-do-lixo, recicladores-infantis, de acordo com o trabalho que cada uma delas faz.
Ainda tem filhos-da-safra, para indicar crianças deixadas para trás por pais que emigram todos os anos em busca de trabalho nos lugares onde há empregos por bóias-fria, nome que indica também a riqueza cultural do sutil vocabulário da realidade social brasileira. Ou os pagãos-civis, vivendo sem registro que lhes indique a cidadania de suas curtas passagens pelo mundo, em um país que lhes nega não apenas o nome de criança, mas também a existência legal.
Criança-triste
Como resumo de todos estes tristes verbetes, há também criança-triste: não se refere à tristeza que nasce de um brinquedo quebrado, de uma palmada ou reprimenda recebida, ou mesmo da perda de um ente querido. No Brasil há um tipo de criança que não apenas fica ou está triste, mas nasce e vive triste - seu primeiro choro mais parece um lamento pelo futuro que ainda não prevê do que um respiro no novo ar em que vai viver, quando pela primeira vez o recebe em seus diminutos pulmões.
Criança-triste, substantivo e não adjetivo, como um estado permanente de vida: esta talvez seja a maior das vergonhas do vocabulário da realidade social brasileira. Assim como a maior vergonha da realidade política é a falta de tristeza no coração de nossas autoridades diante da tristeza das crianças brasileiras, com as sutis diversidades refletidas no vocabulário que indica os nomes da criança.
A sociedade brasileira, em sua maldita apartação, foi obrigada a criar palavras que distinguem cada criança conforme sua classe, sua função, sua casta, seu crime. A cultura brasileira, medida pela riqueza de seu vocabulário, enriqueceu perversamente ao aumentar as palavras que indicam criança. Um dia, esta cultura vai se enriquecer criando nomes para os presidentes, governadores, prefeitos, políticos em geral que não sofrem, não ficam tristes, não percebem a vergonhosa tragédia de nosso vocabulário.
Quem sabe não será preciso que um dia chegue ao governo uma das crianças-tristes de hoje, para que o Brasil torne arcaicas as palavras que hoje enriquecem o triste vocabulário brasileiro e construa um dicionário onde criança... seja apenas criança.
Cristovam Buarque

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O lipoaspirador de defeitos terrestres























Por Paula Sibilia

A cirurgia plástica deixa para trás o estilo Frankenstein e se aproxima do perfeccionismo de Pigmalião

Dia após dia, deglutimos toneladas de notícias sobre as possibilidades inauditas da nossa tecnociência. Novos caminhos que provocam tanta admiração como espanto: cada vez mais, os humanos somos capazes de criar ou alterar profundamente a vida. Porém, as reflexões sobre o assunto não são novas, elas remontam à mais longínqua Antiguidade.
A mitologia grega, por exemplo, conta a história do escultor Pigmalião, que se apaixonara por uma belíssima estátua, com a qual acabou casando, numa união que se revelara mais “feliz” do que jamais teria sido possível com qualquer mulher de carne e osso. Já outro criador de seres quase-humanos, o famoso Dr. Frankenstein, como sabemos, não teve a mesma sorte com sua criatura...
Hoje, quase 200 anos depois do nascimento daquele monstro gótico engendrado na literatura, vale a pena pensar na persistente atualidade dessa lenda. Se tivesse que ressuscitar nestes alvores do século XXI, aquele ser imaginado em 1818 pela escritora britânica Mary Shelley seria bastante diferente. Em vez dos fragmentos de cadáveres mal costurados e do choque elétrico que lhe deu o inefável sopro vital, é provável que entrassem em cena dois novos fatores: o cálculo informático e o instrumental da biotecnologia. E também, é claro, a precisão e elegância dos bisturis estéticos.
Pois nas mãos dos cientistas-escultores da atualidade, aquelas rudezas analógicas da era industrial foram claramente superadas. Sejam engenheiros geneticistas ou cirurgiões plásticos, sua assepsia e exatidão parecem inspirar-se na lógica digital. Por isso, as criaturas produzidas pelos cientistas de hoje em dia iludem com sua ambigüidade, dificultando a diferenciação entre o que é natural e o que é artificial.
Basta lembrar dos protagonistas de filmes mais recentes de ficção científica: longe do mostrengo frankensteiniano, sua qualidade não-humana é impossível de ser identificada a olho nu. O personagem interpretado por Harrison Ford no filme “Blade Runner”, por exemplo, era uma espécie de policial especializado na caça aos andróides, que recorria a uma série de testes psicológicos e questionários, utilizando um conjunto de aparelhos mecânicos para medir a dilatação do íris ocular e outros sinais corporais. Tudo isto para saber se tal criatura era um ser humano ou um “replicante”; ou seja, um ser artificial, fruto da engenharia genética e da programação informática.
Mas todas essas artimanhas de raiz analógica resultam ineficazes para detectar a condição não-humana dos seres híbridos mais avançados: esses instrumentos ficaram obsoletos. Algo semelhante ocorre em outros filmes deste tipo, tais como “Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg, e a saga “Matrix”. Eles são igualzinhos a nós -ou, então, são bem melhores do que nós.
As cicatrizes dos novos “monstros”, que poderiam revelar os rastros da intervenção tecnocientífica em seus corpos, são bem mais sutis das que delatavam a grotesca artificialidade daquele ser inventado nos inícios do século XIX. Agora essas marcas se tornam imperceptíveis, convertendo inclusive as novas criaturas híbridas ou tecno-humanas em seres menos “monstruosos” que os originais pré-tecnologizados. Ou seja: nós, ou pelo menos alguns de nós.
Um dos médicos que participaram na cirurgia do primeiro transplante de rosto, por exemplo, realizada na França no final de 2005, referiu-se à condição da paciente no estado prévio à intervenção como “monstruosa”, enquanto a operação teria lhe devolvido sua condição “humana”.
Salvando as distâncias, é o que pretende provar Cindy Jackson, autora de dois livros de sucesso e também do seu próprio corpo, inspirado nas “boas formas” da boneca Barbie. Após várias dezenas de cirurgias plásticas, essa mulher de origem inglesa conseguiu efetuar uma transformação radical em seu corpo e sua subjetividade: agora sim, ela se considera bela. Semelhante é o caso da vencedora do concurso Miss Brasil de 2001, que admitiu ter se submetido a 19 cirurgias estéticas: lipoaspirações e silicone, além de várias correções no rosto.
Trata-se de versões extremas de uma tendência que está se popularizando velozmente em todo o mundo. No Brasil, aliás, o mercado da cirurgia plástica cresce a um ritmo de 20% por ano. Com mais de 600 mil intervenções por ano, o país ocupa o segundo lugar no mundo, somente ultrapassado pelos Estados Unidos. Os procedimentos mais solicitados são as lipoaspirações em diversas partes do corpo e o implante de silicone nos seios. Em seguida vêm os retoques na face, como as modificações na forma do nariz e na pele das pálpebras.
Conforme o imaginário atual, porém, essa renomada especialidade médica não parece mais operar com bisturis e tesouras, que fazem cortes na carne e deixam dolorosas cicatrizes no pós-operatório. “Quanto mais civilizada for a sociedade que ministra dor, tanto mais ela irá ocultar o fundamento da crueldade na qual essa dor se sustenta”, explica Enrique Ocaña, autor de diversos estudos sobre a relação entre técnica e dor. O ensaísta espanhol ainda recorre a um texto escrito em 1836 por John Stuart Mill, um dos pais da sociologia, lembrando que “cirurgiões, juízes e soldados mantêm relações de parentesco com o carrasco e o açougueiro”
1.
Mas a tarefa da “civilização” consiste em ocultar tais afinidades. Assim, enquanto os resultados almejados nos rostos e corpos dos pacientes são notoriamente exibidos, costumam esconder-se os procedimentos (sujos e penosos) que levam a atingi-los. Mostra-se apenas a reluzente “versão final”, o resultado como uma bela imagem, enquanto os rudes métodos são discretamente silenciados.
Portanto, a cirurgia plástica é “vendida” como uma técnica não apenas onipotente e quase mágica, mas também asséptica e virtualmente indolor. Quase digital, como se em vez de operar com instrumentos de metal afiado que rasgam a pele e dilaceram a carne, os profissionais desta área trabalhassem apenas sobre a mais etérea imagem corporal, utilizando dóceis ferramentas de software de design como o popular PhotoShop.
De fato, a palavra cirurgião tem uma origem curiosa: provém do latim “chirurgia”, por sua vez tomado do grego “kheirurgia”, cuja etimologia remete ao trabalho manual ou à prática de um ofício: “kheir” (mão) e “érgon” (trabalho). Essas raízes revelam um lado esquecido dessa prática: desde a Antiguidade até alguns séculos atrás, a tarefa do cirurgião não era muito valorizada. Até o Renascimento, inclusive, os médicos costumavam deixar esse “trabalho sujo” aos cuidados dos açougueiros ou dos barbeiros.
Se pensarmos no auge atual das cirurgias plásticas e no crescente prestígio e fortuna de seus executores, surge uma ironia: hoje cirurgiões e cabeleireiros tornam a se aproximar, como profissionais bem cotados a serviço desse recurso tão prezado: a beleza física.
Há uma enorme diferença, porém, com o que ocorria antigamente: sua qualidade de “trabalho sujo” foi abafada, e sua boa reputação não cessa de aumentar. Ou, pelo menos, seus orgulhosos representantes teimam em remanescer o mais longe possível da pavorosa figura do açougueiro. De fato, conseguem-no: aquela imagem ensangüentada foi asseada e glamourizada. Assim, os cirurgiões estéticos de nossos dias se afastam do Dr. Frankenstein... enquanto se aproximam inquietantemente de Pigmalião.
“O Moderno Prometeu”: eis o subtítulo da célebre história do monstro criado em laboratório pelo personagem de Mary Shelley. Pois a fábula recriava a tragédia desse outro herói mítico grego: o titã que foi duramente punido pelos deuses por ter feito aquilo que não devia, por ter usurpado as prerrogativas divinas, revelando aos homens os segredos do fogo.
Não é por acaso: o relato gótico foi escrito em meio às experimentações científicas que proliferavam nos inícios do século XIX, junto aos debates suscitados pela descoberta da eletricidade, e pelas potências vitalistas que esse novo tipo de energia poderia trazer, incluindo a possibilidade de ressuscitar os mortos e de reacender a indizível “faísca da vida”
2.
Nas páginas do romance, porém, o médico-criador se arrepende e confessa o estranho impulso que alimentara seu projeto desmesurado. “Com uma paciência incontida e constante, eu perscrutava a natureza em seus lugares ocultos”, relata um Dr. Frankenstein humilhado pelo fracasso da sua audaciosa empreitada -ou por seu terrível sucesso. “Recolhia ossos nos necrotérios e perturbava, com dedos profanos, os segredos tremendos da estrutura humana.” E logo se pergunta: “Quem poderia imaginar os horrores de meus trabalhos secretos, enquanto eu profanava sepulturas frescas ou torturava animais vivos para animar o barro inerte?”
3.
Mas já era tarde; como se sabe, o castigo não demoraria a chegar. A conclusão é tão óbvia como prometéica: os conhecimentos e as técnicas dos homens não são todo-poderosos; seus “dedos profanos” não podem perturbar todos os âmbitos, pois há limites que devem ser respeitados. Mas os cirurgiões plásticos de nossos dias, ao que parece, perderam os temores aos castigos divinos. Por isso, esses personagens tão contemporâneos encarnam a versão mais atual de outro mítico doutor: Fausto, aquele que é capaz de compactuar com o mesmíssimo Diabo para “ir além”, sem medir e nem temer as possíveis conseqüências.
Paradoxalmente (ou não), já se foram os tempos em que a beleza era um dom divino e sua falta uma maldição, um lamentável castigo dos deuses que exigia a mera resignação. Ou, no máximo, levava a exercer as discretas artes da dissimulação cosmética.
Foram-se embora, também, os tempos em que os primeiros “cirurgiões da beleza”, verdadeiros pioneiros desta especialidade hoje triunfal, eram desprezados por seus colegas devido à “futilidade” de suas metas. Há mais de um século, esses médicos eram acusados com o apelativo de “quack”, ou “charlatães”, bem diferentes dos cirurgiões plásticos “sérios”, aqueles dedicados à “restauração de funções” danificadas por acidentes ou malformações congênitas
4.
Assim como a eugenia e as experiências genéticas, a cirurgia plástica também possui um passado dúbio. Vínculos ancestrais ligam a origem dessa especialidade médica, no final do século XIX, à “correção” de traços faciais considerados inferiores, como as intervenções que permitiam “restaurar” narizes e orelhas associados ao fenótipo judeu.
Hoje a cirurgia plástica se populariza em todos os cantos do planeta globalizado, embora sua incidência seja inusitada nos países asiáticos. A Coréia do Sul, por exemplo, registra a média mundial mais alta desses cirurgiões por habitante.
Nessas regiões do mundo, fazem sucesso as técnicas que prometem eliminar os traços tipicamente orientais, a fim de “ocidentalizar” as aparências, tais como o formato dos olhos e dos pômulos. Refletindo essas tendências, foi lançado na China um concurso de beleza exclusivo para mulheres “ocidentalizadas” dessa maneira.
Impossível não remeter, então, à velha eugenia nazista? Apesar das inquietantes semelhanças, há uma diferença fundamental: hoje todas as aberrações que conspiram contra o “corpo perfeito” parecem ter possibilidade de cura.
Através das cirurgias plásticas e de outras técnicas à venda, é possível eliminá-las, retocá-las, lipoaspirá-las. Portanto, diferentemente do que postulavam as teorias eugênicas da primeira metade do século XX, hoje a condenação não é fatal e tampouco deve ser contornada mediante políticas públicas nacionais.
Nesta nova “eugenia soft”, a salvação depende de cada um. E é um negócio extremamente lucrativo, embora pareça alicerçado em bases ilusórias: já na década de 1980, a indústria de produtos de beleza investia em publicidade até 80% do seu orçamento, cifra que não cessa de aumentar junto com a expansão dos mercados e das margens de lucros.
Nesse quadro, não surpreende que programas de edição gráfica como o PhotoShop desempenhem um papel cada vez mais primordial na construção das fotografias midiáticas que expõem “corpos belos”. Tais técnicas oferecem às imagens corporais tudo o que a ingrata Natureza costuma escamotear aos organismos vivos, e que as duras práticas analógicas (dietas, musculação, cosméticos) ainda insistem em lhes negar:.
Com esses bisturis de software, todos os “defeitos” e outros detalhes demasiadamente orgânicos são eliminados dos corpos fotografados: com um clique do mouse, corrigem-se na tela do computador. Assim, as imagens expostas aderem a um ideal de pureza digital, longe de toda imperfeição brutalmente analógica.
Mas esse modelo digitalizado logo extrapola as telas para impregnar os corpos e as subjetividades -torna-se, então, um padrão digitalizante. Pois as imagens assim editadas se convertem em objetos de desejo a serem reproduzidos na própria carne.

domingo, 25 de novembro de 2007

China mostra abóboras gigantes


Oficial do governo apresenta as abóboras de 78 Kg, na vila de Huaxi, leste da China. (Foto: Reuters)
Governo liberou nesta semana as imagens das abóboras.Os frutos pesam em média 78 Kg.

Mãe que fuma na gravidez pode deixar de ser vovó















Estudo revela que cigarro afeta fertilidade do bebê, se for uma menina. Resultado comprova, mais uma vez, os malesdo tabagismo na gestação.

Cientistas canadenses descobriram mais um problema causado pelo fumo durante a gravidez e a amamentação, especialmente perverso porque só surge décadas depois do nascimento do bebê. Segundo o grupo, mães fumantes grávidas de meninas afetam a fertilidade das filhas.

Entenda os males que o cigarro causa durante a gravidez

Em um estudo com camundongos, Andréa Jurisicova e seus colegas da Universidade de Toronto observaram que as toxinas do cigarro absorvidas pelas bebês afetam a formação de seus óvulos (as mulheres, como a maioria das fêmeas de mamíferos, nascem com todos os óvulos que terão disponíveis por sua vida). O cigarro ativa excessivamente uma proteína que faz as células que formarão os óvulos morrerem.

Para o médico brasileiro, Ciro Qirchenchtejn, da Unifesp, que coordena o Centro de Tratamento HelpFumo, a notícia é surpreendente. “São efeitos do fumo que só vão surgir vinte, trinta anos depois do nascimento da criança”, afirmou ele ao G1.

O médico lembra que o cigarro também afeta a fertilidade da mulher que é exposta ao fumo apenas na vida adulta. E o mesmo é válido para o homem. “A primeira coisa que alguém vai falar para um casal que fuma em uma clínica de fertilidade é: parem”, explica o médico.

O cigarro envelhece os ovários e antecipa a menopausa em cerca de três ou quatro anos. O problema afeta principalmente aquelas mulheres que deixaram para ter filho mais tarde, para priorizar a vida profissional. Além disso, as toxinas do cigarro tem um efeito “antiestrogênico”, ou seja, impedem a ação do hormônio feminino. “Toda a feminilidade da mulher é alterada pela presença do cigarro”, diz Qirchenchtejn.

Coordenação política de Lula tem histórico de instabilidade

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Brasil toma as rédeas da América Latina com petróleo, diz 'El País'

Reportagem publicada neste domingo pelo diário espanhol El País afirma que a descoberta de novas reservas de gás e petróleo no Brasil o fizeram "tomar as rédeas da América Latina", permitindo ao país "reafirmar seu papel de potência regional e se afastar de (Hugo) Chávez e (Evo) Morales".

"Nem o petróleo da Venezuela nem o gás da Bolívia. Com dois anúncios quase simultâneos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva colocou o Brasil como a principal potência energética da América Latina no médio prazo tanto na visão de seus vizinhos quanto nos investimentos internacionais", afirma o jornal.

Segundo a reportagem, esses dois anúncios se referem à descoberta do novo campo de Tupi, na Bacia de Santos, e à retirada do Brasil de um projeto conjunto de gás na Venezuela.

O jornal afirma que "o Brasil nunca escondeu que considera a América do Sul sua área de influência estratégica, e os acontecimentos ocorridos nos últimos dois anos em torno de projetos populistas em países da região, como Venezuela e Bolívia, haviam soado os alarmes no Executivo e na diplomacia brasileira".

O artigo argumenta que essa preocupação não vinha tanto pelo caráter político dos governos dos dois países, mas sim pela "dependência energética em que estava se afundando".

"Por isso não é de se estranhar que nesta semana Lula declarasse eufórico que 'está comprovado que Deus é brasileiro' ao comentar a descoberta das reservas de petróleo que não somente consagram a já conseguida, em 2006, auto-suficiência petrolífera do país, como o convertem em um exportador em potencial", diz o jornal.

A reportagem conclui dizendo que a nova condição brasileira e a retirada da Petrobras de um projeto de extração de gás considerado importante para a construção do gasoduto da América do Sul, proposto por Chávez, podem levar a atritos nas relações entre os dois países.

"O governo de Lula é amistoso em suas formas com seu homólogo venezuelano, mas a ninguém se escapa que ambos perseguem o objetivo de se converter em referência energética regional e estão em rumo de colisão, que cedo ou tarde ocorrerá", afirma o jornal.

"Lula e Chávez têm prevista uma reunião em dezembro, em uma cúpula trimestral ordinária, para tratar de energia. Lula chegará ao encontro em uma posição muito diferente e de muito mais força que no passado", finaliza o texto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Petrobras sobe do 9º para o 5º lugar entre maiores empresas do continente

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Petrobras sobe do 9º para o 5º lugar entre maiores empresas do continente


Após anúncio de megacampo, valor de mercado da empresa atingiu US$ 221,9 bilhões.
Em valor, estatal fica atrás apenas da Exxon Mobil, General Electric, Microsoft e AT&T.


A forte alta registrada pelas ações da Petrobras na quinta-feira (8), após o anúncio da descoberta de uma gigantesca reserva de petróleo e gás, alçaram a companhia à condição de quinta maior em valor de mercado entre as empresas de capital aberto de toda a América e à primeira da América Latina.
Segundo cálculos divulgados nesta sexta-feira (9) pela empresa de consultoria Economática, o valor de mercado da Petrobras no fechamento da quinta (8) chegou a US$ 221,9 bilhões, fazendo com que a empresa saltasse do nono para o quinto lugar entre as

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Helicóptero cai em Carapicuíba, na Grande São Paulo

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Caso Jean Charles: Polícia de Londres expôs público a risco

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MPF apura denúncia de negligência a índio

Tocantinópolis - Indígenas acusam Hospital Municipal José Saboya de ter se recusado a atender Elias Apinajé
Cláudia SantosPalmas
Lideranças indígenas Apinajé denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) um caso de negligência do Hospital Municipal José Saboya, em Tocantinópolis, a 531 quilômetros de Palmas, que teria se recusado a atender o índio Elias Apinajé, da aldeia São José. O documento, protocolado na última sexta-feira, pede também que seja apurada a causa das lesões corporais que levaram lideranças da aldeia a buscarem socorro para o indígena.
De acordo com a denúncia, o hospital municipal se recusou a socorrer Elias, alegando que ele estava alcoolizado. Por volta da meia-noite do dia 19 de outubro, o paciente ainda não tinha sido medicado e, segundo o documento, a polícia foi chamada para retirá-lo do hospital. O paciente só veio ser atendido por volta das 8 horas da manhã e, em seguida, foi encaminhado para Araguaína. Ontem à tarde o Jornal do Tocantins entrou em contato com o Hospital de Referência e com o Dom Orione para saber sobre o estado de saúde do paciente, mas a informação foi a de que ele não estava em nenhuma das unidades.
Sobre as lesões corporais, o documento informa que Elias Apinajé foi encontrado caído com vários ferimentos, em 19 de outubro, na antiga estrada Transamazônica, próximo à aldeia São José. A bicicleta que ele usava estava intacta, mas havia marcas de pneus de moto próximas à vítima. De acordo com a denúncia, as lideranças indígenas suspeitam que houve um atentado criminoso contra Elias.
No dia em que foi protocolada a denúncia, a procuradora da República, Viviane de Araújo, solicitou ao diretor do hospital municipal de Tocantinópolis esclarecimentos sobre o que aconteceu . Este tem o prazo de dez dias úteis, a partir do recebimento do ofício, para responder.
O diretor administrativo do Hospital Municipal José Saboya, Osvaldo Ferreira Araújo, informou ao Jornal do Tocantins que José Elias foi atendido por volta das 22 horas do dia 19. Ele disse que tem documentos do hospital que podem comprovar a afirmação. Maria Isaura da Costa, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), disse que a entidade está buscando informações sobre assunto junto à família de Elias e lideranças da aldeia.

domingo, 28 de outubro de 2007

Mulher mais velha do mundo vive na Bahia



Idosa que completou 121 anos em agosto poderia estar no 'Guinness Book'. Ela não se cadastrou e título será de norte-americana de 114 anos.

Idosa do município de Malhadas (BA), Rosalina Francisca da Silva completou 121 anos de idade em agosto e poderia estar no 'Guinness Book' se tivesse se cadastrado. De acordo com o livro dos recordes, a mulher mais velha do mundo morreu este ano com 114 anos e quem deverá ocupar o seu lugar é a norte americana Edna Parker, de apenas 114 anos, já cadastrada pela organização do livro dos recordes.

sábado, 27 de outubro de 2007

Tocantins abriga cobra gigante com escamas negras e brilhantes


Exemplar da espécie com suas escamas negras e lustrosas (Foto: Otávio Marques/Divulgação)
Serpente semi-aquática Hydrodynastes melanogigas, tem escamas negras e brilhantes. Animal do cerrado tem veneno fraco e vive como sucuri, caçando peixes e anfíbios.

Reinaldo José Lopes
Do G1, em São Paulo


Uma serpente de quase 2 m de comprimento, semi-aquática e com escamas negras e lustrosas não parece o mais discreto dos répteis. Mas o bicho, nativo do cerrado de Tocantins, tinha passado totalmente despercebido da ciência -- até agora.

A criatura acaba de ser descrita formalmente por Francisco Franco e Bruno Bentim, do Instituto Butantan, em São Paulo, e por Daniel Fernandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em artigo na revista científica "Zootaxa", especializada em publicar descrições de novas espécies, o trio batizou o bicho de Hydrodynastes melanogigas. Em grego latinizado, a segunda parte do nome significa, não por acaso, "negra e gigante". O bicho não tem nome popular definido, mas "cobra-d-água-preta" seria uma boa escolha, segundo Franco.

Isso porque a serpente, a exemplo das sucuris (com as quais, contudo, não tem parentesco próximo), fica muito à vontade em rios e lagos, caçando basicamente peixes e sapos nas bordas e no interior de cursos d'água. A aparência pode impressionar ou até assustar, mas na verdade não há muito a temer em relação a essa espécie. "Ela tem uma saliva um pouco tóxica, que pode causar edemas [inchaço] e exigir algum tratamento, mas nada sério. O sistema de produção e inoculação de veneno dela é bem simples", explicou Franco, do Butantan, ao G1.

Exemplares do bicho foram coletados pela primeira vez quando a represa da hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, no Tocantins, foi enchida pela primeira vez -- um trabalho de salvamento faunístico que é comum nesses casos. Franco conta que foi fácil perceber que se tratava de uma serpente bem distinta dos outros membros do mesmo gênero (até então, conheciam-se duas outras espécies do gênero Hydrodynastes). Suas "primas" possuem uma cor entre o creme e o marrom.

"Essa cor preta não é uma característica que a gente vê como uma variação no interior das outras espécies. E, como essa cobra possui uma distribuição geográfica bem diferente das outras, sempre com essa aparência, a gente considera bastante seguro classificá-la como uma espécie diferente", afirma Franco. Outros detalhes da anatomia do bicho também foram analisados e incluídos na classificação da nova espécie.

Segundo o pesquisador do Butantan, ainda é cedo para dizer se o animal corre risco de desaparecer, embora o cerrado como um todo seja um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. O que a descoberta da cobra-d'água-preta deixa claro, no entanto, é o quão pouco ainda se sabe sobre a diversidade de vida do Brasil.

"Essa é uma cobra grande, corpulenta e muito conspícua, ou seja, bem visível. Mesmo assim, não havia nem sido coletada por cientistas antes. Não foi um bicho que nós tivemos de desencavar de museus, onde ainda pode haver espécies confundidas com outras parecidas", lembra ele.

Franco estima que até 30% da fauna brasileira de serpentes ainda seja desconhecida. É cobra que não acaba mais: as espécies já descritas chegam a 353, segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia (que congrega os especialistas em répteis e anfíbios). Ou seja, mais de cem espécies ainda precisam ser descobertas. É bom lembrar que só a minoria desse serpentário -- 54 espécies -- é composta por espécies venenosas.

Enquete: Você Acredita no Congresso Brasileiro?

Você acredita no Congresso Brasileiro? Num total de 27 internautas, 1 respondeu sim, dizendo que acredita no Congresso Brasileiro, 25 respondeu que não acredita no Congresso Brasileiro, correspondendo 96%.
Essa pesquisa não tem método científico, apenas foi uma espontaneidade do internauta. Mas podemos observar de que o povo brasileiro, não acredita mais no Congresso. Por quê? Porque existe a falta de seriedade, compromisso com a verdade, buscar se alinhar aos compromissos do povo e não legislar em causa própria.
Infelizmente vivemos num país, onde os políticos que deveriam se envergonhar dos escândalos que eles cometem e sempre se diz vitima de perseguição, o povo é que sente vergonha. Isso é uma tristeza nacional, onde o povo que é penalisado pela ausência dos verdadeiros homens públicos.
Existe um projeto na câmara de um deputado, que políticos não teriam salários, legislariam sem remuneração. Ai sim, saberíamos quem são os verdadeiros homens públicos. Sabe! Que até eu gostaria de ser esse representante do povo? E você?



Greve no serviço público não pode ser regra, diz ministro da AGU

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domingo, 21 de outubro de 2007

sábado, 20 de outubro de 2007

Ceará produz melancia quadrada e sem sementes











Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
Formato torna prático o armazenamento e transporte da fruta.
Empresário já tenta modificar a forma de outras frutas, como melões.

A produção de melancias quadradas deixou de ser exclusiva de asiáticos. Em Icapuí, cidade no interior do
Ceará , agricultores resolveram apostar na produção da fruta com o formato inusitado e também sem sementes. E o risco superou as expectativas: toda a produção é vendida para o mercado europeu. Cada uma é vendida a US$ 50.

Veja a galeria de fotos
O empresário Luiz Maldonado Barcelos explicou ao G1 que para conseguir o formato quadrado, as melancias - assim que nascem - são colocadas em fôrmas importadas da Coréia do Sul feitas de plástico resistente e alumínio. Por falta de espaço para crescer, ocupam a área delimitada e adquirem o formato dos moldes. “A idéia de produzir a melancia quadrada surgiu durante uma conversa com um cliente na Inglaterra. Os japoneses já produziam a fruta em pequena quantidade, então resolvemos testar também”, afirma Barcelos. “Com esse formato, é muito mais fácil transportar, guardar na geladeira e até comer, porque não tem sementes”, diz.

Segundo o empresário, além das fôrmas importadas, produzir a fruta quadrada exige cuidado redobrado e acompanhamento especial dos produtores. Por exemplo, é necessário controlar a quantidade de adubo e água para evitar que os frutos cresçam demais e rachem. A melancia quadrada ainda não pode ser encontrada em supermercados brasileiros. Toda a produção é voltada para o mercado internacional. "Se fosse vendida no Brasil, custaria em torno de R$ 20", afirma Barcelos. O preço médio de uma melancia nos supermercados de São Paulo gira em torno de R$ 5,00.“Para padrões brasileiros, a melancia sai muito cara por causa dos custos da produção, mas no futuro acho que pode cair no gosto popular”, afirma Barcelos, que já começou testar o formato quadrado em outras frutas. “Estamos fazendo testes com melões. Quem sabe, muito em breve, não teremos variedades de melões quadrados”, diz.
Popularização é questão de tempo

De acordo com a assessoria do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), os agricultores cearenses são mesmo os únicos no país a produzir a melancia quadrada. Um dos motivos para a técnica ainda não ser popular é o alto investimento nas formas e os cuidados que devem ser tomados durante o cultivo das frutas Com a aceitação surpreendente do produto, outros produtores em breve devem investir na produção dessa variedade de melancia. Foi assim o fruto sem sementes passou as ser produzido por várias empresas e se tornou até comum para os produtores, já que é preferida no mercado exterior.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Licença-maternidade de seis meses já vale em 58 municípios e seis Estados

Da Redação Em São Paulo

A licença-maternidade de seis meses já vale para servidoras públicas de 58 municípios e seis Estados, que se anteciparam ao projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e aumentaram o direito, atualmente de quatro meses, por mais 60 dias. O levantamento é da Sociedade Brasileira de Pediatria.Segundo os dados, na cidade de São Paulo, por exemplo, o projeto já tramita na Câmara Municipal e inclui o aumento de 5 para 15 dias da licença-paternidade. No âmbito estadual, a proposta já está sendo analisada pelas Assembléias Legislativas de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Maranhão, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Espírito Santo.Na quinta-feira, a CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado) aprovou por unanimidade o projeto de ampliação da licença-maternidade para seis meses para trabalhadoras de empresas privadas. O projeto, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), segue agora para Câmara dos Deputados. Se aprovado, bastará a sanção do presidente Lula para que entre em vigor.De acordo com a proposta, a adoção da licença é voluntária, tanto para a empresa como para a trabalhadora. A empresa que quiser conceder a licença de seis meses deve aderir ao programa Empresa Cidadã, criado pelo próprio projeto. Com isso, o empregador terá isenção total no Imposto de Renda do valor pago às trabalhadoras nos dois meses a mais de licença.Durante a sessão, a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), autora do projeto de lei 281/05, que trata da ampliação, disse que a renúncia fiscal seria de cerca de R$ 500 milhões, devido à dedução do IR, caso o projeto seja sancionado.Entretanto, a senadora argumentou que a importância da convivência integral entre mãe e filho nos primeiros meses de vida da criança e o aleitamento materno para prevenção de doenças justificariam a cifra.No mundoNos Estados Unidos, a licença-maternidade é de até 12 semanas (três meses) e não-remunerada. Na Austrália, mulheres que têm bebês têm direito a 52 semanas de licença-maternidade, também não-remunerada. Veja como funciona a legislação em outros países:

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

domingo, 7 de outubro de 2007

Imagem de político na novela preocupa parlamentares

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FAMÍLIA FICA AINDA MAIS IMPORTANTE PARA BRASILEIROS

Nove anos depois de ampla pesquisa realizada pelo Datafolha sobre as opiniões, valores e o comportamento dos brasileiros em relação a família, novo levantamento mostra que o percentual dos que dizem que essa instituição é muito importante em suas vidas subiu de 61% para 69%. A família ocupa agora o primeiro lugar em um ranking que inclui ainda estudo, trabalho, religião, lazer, casamento e dinheiro.Foram ouvidos 2095 brasileiros, em 211 municípios, nos dias 1 e 2 de agosto, e a margem de erro máxima, para os resultados que se referem ao total de entrevistados, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em 1998 a família dividia a liderança no ranking com o estudo, que também era considerado muito importante por 61%. A taxa dos que atribuem muita importância ao estudo hoje é de 65%. O terceiro lugar continua sendo com o trabalho, cujo percentual de brasileiros que o consideram muito importante oscilou de 56% para 58%. A religião foi outro item que ganhou pontos: subiu de 38% para 45% a taxa dos que a consideram muito importante. O lazer é considerado muito importante por 32%, taxa quatro pontos maior do que a registrada no levantamento de nove anos atrás, quando esse aspecto ocupava o último lugar no ranking. Hoje, ele empata com o casamento, que obtém percentual idêntico ao de 1998 (31%) e com o dinheiro, que perdeu seis pontos percentuais, tendo caído de 36% para 30% a parcela de brasileiros que consideram esse aspecto muito importante.
TER RELACIONAMENTO PRÓXIMO COM OS PAIS É MUITO IMPORTANTE PARA 78%;PROXIMIDADE COM AMIGOS É MAIS IMPORTANTE DO QUE COM PRIMOS O Datafolha perguntou aos entrevistados sobre o grau de importância que eles atribuem a ter um relacionamento próximo com parentes e amigos, levando-se em consideração a seguinte escala: muito importante, importante, mais ou menos importante, um pouco importante e nada importante. Ter um relacionamento próximo com os pais é considerado algo muito importante por 78% dos entrevistados. Para 20% essa proximidade é importante. Dessa forma, a soma das categorias do extremo positivo da escala chega a 98%. Apenas 1% dizem que é mais ou menos importante ter um relacionamento próximo com os pais. Acham muito importante ter um relacionamento próximo com irmãos 67%; acham isso importante 27%. Para 57% é muito importante ter um relacionamento próximo com os avós. Para 33% essa proximidade é importante, para 5%, mais ou menos importante e para 2% um pouco importante. A proximidade com os tios é considerada muito importante por 42%, importante por 38%, mais ou menos importante por 12%, um pouco importante por 5% e nada importante por 3%. A pesquisa mostra que, para os entrevistados, é mais importante ter um relacionamento próximo com amigos do que com primos. A proximidade com os amigos é considerada muito importante por 38% e importante por 40%. Somando-se essas duas categorias, o percentual chega a 78%. Em relação aos primos, 35% consideram um relacionamento próximo muito importante e 38% acham isso importante, ou 63% na soma das duas categorias. Em outra comparação possível, colegas de trabalho são vistos como mais importantes do que vizinhos. Ter um relacionamento próximo com as pessoas com quem se trabalha é algo considerado muito importante por 26% e importante por 43%. No caso das pessoas que moram perto do entrevistado essas taxas são de, respectivamente, 22% e 31%. Para 11% não é nada importante ter um relacionamento próximo com a vizinhança. 87% CONSIDERAM FAZER UM ABORTO MORALMENTE ERRADO; 85% PENSAM DA MESMA FORMA SOBRE FUMAR MACONHAFazer um aborto e fumar maconha se equivalem moralmente na opinião da maioria dos brasileiros. Para 87%, fazer um aborto é algo moralmente errado. Essa taxa empata estatisticamente com a dos que têm a mesma opinião sobre fumar maconha, que é de 85%. Um caso entre pessoas casadas é moralmente errado para 80%, praticamente o mesmo percentual dos que acham condenável beber excessivamente (79%). Mentir ao declarar o imposto de renda é moralmente errado para 66%. A maioria (56%) também julga moralmente condenável mentir para não magoar os sentimentos de uma pessoa. Metade (49%) acha moralmente errado ter um comportamento homossexual. Para 21% é moralmente aceitável e para 19% a homossexualidade não é uma questão moral. A taxa dos que consideram o sexo entre pessoas que não são casadas moralmente errado (38%) empata com o dos que acham esse comportamento moralmente aceitável (35%). Para 19% essa não é uma questão moral. A pesquisa ouviu os brasileiros a respeito da gravidade que atribuíram a certos comportamentos por parte de filhos e filhas. Os resultados para essas questões permitem comparação com os do levantamento realizado em 1998. O percentual dos que considerariam muito grave que um filho do sexo masculino fizesse parte de uma gangue violenta oscilou de 90% em 1998 para 89% hoje. Essa taxa empata com a dos que considerariam muito grave um filho fazer pequenos furtos fora de casa, que oscilou de 84% para 87%, idêntica à dos que vêem como muito grave um filho que roubasse dinheiro dentro de casa (eram 85% em 1998).Um filho homem usuário de cocaína seria uma situação considerada muito grave por 83%; essa taxa era de 87% na pesquisa anterior. Para 75% seria muito grave ter um filho que bebesse todos os dias, taxa idêntica à registrada há nove anos. A maioria continua achando muito grave um filho fumar maconha, mas a taxa dos que pensam assim caiu seis pontos percentuais, de 78% há nove anos para 72% hoje. A taxa dos que considerariam muito grave um filho homem abandonar a escola subiu sete pontos, passando de 57% para 64%. Caiu 20 pontos a taxa dos que considerariam muito grave um filho homem estar namorando alguém do mesmo sexo: ela foi de 77% em 1998 para 57% hoje. Essa queda reflete o aumento do percentual dos que não veriam isso como um problema (de 4% para 15%), e de variações nas taxas dos que consideram esse comportamento grave (de 14% para 17%), mais ou menos grave (de 3% para 5%) e pouco grave (de 2% para 4%). A taxa dos que não considerariam um problema um filho homem namorar uma pessoa de outra raça ou cor subiu 16 pontos percentuais, passando de 76% para 92%, reflexo de variações nas taxas dos que acham isso muito grave (de 5% para 2%), grave (de 3% para 1%), mais ou menos grave (de 6% para 2%) e pouco grave (de 8% para 3%). No que se refere às filhas, 90% consideram muito grave o envolvimento delas com gangues violentas e 88% vêem como muito grave o roubo de dinheiro dentro de casa; percentual idêntico acha muito grave que filhas façam pequenos furtos fora de casa. O percentual dos que acham muito grave que uma filha beba todos os dias subiu de 76% em 1998 para 82% hoje. A exemplo do que ocorre com a hipótese de um filho abandonar a escola, aumentou a percepção de que seria muito grave uma filha tomar essa atitude: a taxa dos que pensam dessa maneira foi de 58% em 1998 para 68% hoje. Variações semelhantes também se deram no que diz respeito à opinião sobre os hábitos de namoro das filhas. O percentual dos que consideram muito grave uma filha namorar uma mulher caiu 19 pontos percentuais, de 74% em 1998 para 55% hoje; em contrapartida, subiu de 4% para 16% a taxa dos que não vêem um problema nisso. Para 85% não é um problema o fato de uma filha namorar uma pessoa de outra cor, taxa que é 12 pontos maior do que a registrada na pesquisa anterior (73%).Também subiu a taxa dos que não vêem problema em que uma filha perca a virgindade ainda solteira: ela passou de 39% em 1998 para 55% hoje. Esse aumento é acompanhado pela queda nas taxas dos que consideram essa situação muito grave (de 17% para 10%), grave (de 15% para 11%) ou mais ou menos grave (de 16% para 12%) e oscilou um ponto para baixo a dos que acham essa situação pouco grave (de 12% para 11%). A combinação sexo e dinheiro, por parte de filhas, porém, continua sendo considerada assunto de muita gravidade. Para 75% seria muito grave caso uma filha fizesse programas com homens para ganhar dinheiro, percentual idêntico ao registrado há nove anos. A taxa dos que consideram essa situação grave oscilou de 20% para 19%. Um item que foi incluído nesta pesquisa, e que não estava na anterior, traz resultado similar para ambos os sexos: 80% achariam muito grave saber de um filho envolvido em corrupção. Quando se trata de uma filha essa taxa é de 83%. A rejeição à idéia de que uma filha durma com o namorado em seu quarto continua sendo maior do que à hipótese de que um filho faça o mesmo.Quando indagados sobre como reagiriam caso uma filha lhes pedisse para dormir com o namorado no quarto dela, 66% dizem que não deixariam de jeito nenhum. Essa taxa é 12 pontos menor do que a registrada em 1998. Deixariam com certeza a filha levar o namorado para seu quarto 12% (cinco pontos a mais do que há nove anos) e talvez permitissem esse comportamento 16% (eram 13%). Caso o pedido fosse feito por um filho, 55% não permitiriam de forma alguma (eram 63% na pesquisa anterior). A maioria continua achando que um filho, seja homem ou mulher, só deve sair da casa dos pais após se casar, embora tenha aumentado a parcela dos que são favoráveis a que os filhos adotem um novo lar sem que tenham iniciado uma nova família. A taxa dos que acham mais correto um filho sair de casa apenas depois de casar passou de 65% em 1998 para 60% hoje, enquanto a dos que acham que ele deve deixar o lar dos pais antes de se casar foi de 26% para 31%.Entre as mulheres, o percentual das que acham que um filho só deve sair da casa dos pais depois de casar (63%) é seis pontos maior do que a registrada entre os homens (57%). No que diz respeito a uma filha, 74% opinam que ela só deve deixar a casa dos pais quando casadas, taxa sete pontos menor do que a registrada há nove anos (81%). Já o percentual dos que acham que uma mulher deve deixar a casa de seus pais antes do casamento subiu seis pontos, de 13% para 19%. Entre as mulheres, 73% acham que uma filha deve sair de casa apenas quando casar; ente os homens essa taxa é de 76%. A maioria declara que daria seu apoio a um filho ou filha no caso de uma gravidez na adolescência, e rejeita um aborto nesse caso. Ao considerar a hipótese de ter uma filha que ficasse grávida ainda adolescente, 82% a apoiariam para que tivessem o filho em qualquer situação. Dariam seu apoio para que ela levasse a gravidez adiante, mas a obrigariam a casar com o pai da criança, 15%. Apenas 1% dos entrevistados aconselhariam o aborto em qualquer situação. Não chegam a 1% os que a aconselhariam a fazer um aborto caso o pai da criança não quisesse assumir o filho, nem os que dariam esse conselho por acharem que ela seria muito nova para ser mãe. Entre os homens, a taxa dos que obrigariam a filha adolescente a casar com o pai da criança é de 20%, o dobro da registrada entre as mulheres (10%). Se fosse um filho a engravidar uma menina, 71% o apoiariam para que ele tivesse o filho em qualquer situação e 11% o obrigariam a casar. Apoiariam o adolescente a ter o filho, mas sem que ele casasse com a grávida, 14%. Os que aconselhariam um aborto em qualquer situação não somam 1%, e o mesmo acontece com os que seriam favoráveis à interrupção da gravidez por achar o rapaz muito novo para ser pai. 37% SÃO CASAIS QUE MORAM COM FILHOSMetade (49%) da população brasileira com 16 anos ou mais é casada ou mora com alguém como se fosse casada. Solteiros representam 37% desse universo, separados somam 8% e viúvos são 6%. A população foi dividida em grupos, de acordo com quem moram. A maior parte integra o grupo de casais que moram com os filhos, que representa 37% desse universo. Desses, 32% vivem com filhos de uma relação que mantém atualmente, 2% vivem com filhos de uma outra relação e 1% têm em casa filhos tanto de um relacionamento atual quanto de outro. São casados, mas não têm a companhia de filhos em casa, 12%. Há os solteiros que moram com os pais (24%), solteiros que moram com filhos ou que dividem a casa com os filhos e com seus pais (2% em ambos os casos) e ainda aqueles que moram com outras pessoas (5%). O percentual de solteiros que já foi casado ou que já viveu com alguém é de 17%. Separados ou viúvos que moram com filhos são 8%, e pessoas nessas condições que não moram com filhos são 2%. Moram sozinhos 8%. Entre os casados que moram com filhos, 52% são mulheres e 48% são homens. A média de idade nesse segmento é de aproximadamente 40 anos. No grupo de casados que moram sem filhos a proporção por sexo é idêntica à registrada entre os que dividem a casa com a prole, e a média de idade é de 43 anos. No segmento de casados que moram com filhos de outra relação, que não a atual, 84% são mulheres e apenas 16% são homens. A maior parte (59%) dos solteiros que moram com os pais é de homens. A média de idade nesse grupo é de 23 anos. Já as mulheres são a grande maioria (88%) tanto entre os solteiros que moram com filhos, quanto entre os que, além dos filhos, moram em uma casa com seus próprios pais (95%). A média de idade no grupo de solteiros com filhos (41 anos) é mais alta do que a verificada no estrato de solteiros que moram com pais e filhos (28 anos). Elas também são a maioria entre os separados ou viúvos que moram com os filhos, estrato no qual 88% são do sexo feminino. A idade média nesse grupo é de 51 anos. Já os separados ou viúvos que moram sem a companhia de filhos são em sua maior parte (59%) do sexo masculino, e com idade média de 47 anos. Entre os solteiros que moram com outras pessoas, que não sejam seus pais nem seus filhos, 56% são homens e 44% são mulheres, e a idade média é de 28 anos. Os homens também são maioria entre os que moram sozinhos: são 59% dos que integram esse grupo, no qual a idade média é de 48 anos. A média de moradores por domicílio, incluindo o entrevistado e excluindo empregados, é de quatro pessoas. Moram com o cônjuge 49%, mesmo percentual dos que moram com filhos. Há mais pessoas morando com a mãe (29%) do que com o pai (18%). Um quarto (25%) mora com irmãos ou irmãs. Declaram ser responsáveis pelo pagamento da maior parte das contas 39%. Essa taxa é de 49% entre os homens e de 29% entre as mulheres. Dizem que o cônjuge é o principal responsável pelas contas 18%, citam o pai 12% e a mãe 8% (mesmo percentual dos que dizem que as contas são divididas igualmente). Apenas 1% diz empregar alguma pessoa que trabalha todos os dias e que costuma dormir na casa. Têm empregado ou empregada fixa, mas que não costuma dormir no domicílio 4%, e contam com os serviços de uma faxineira 9%. BRASILEIROS CONSIDERAM RELACIONAMENTO COM A MÃE MELHOR DO QUE O QUE TÊM COM SEUS PAISPensando na vida como um todo, 91% avaliam a relação que têm com sua mãe como ótima ou boa. Em relação ao pai essa taxa é de 76%. A relação com irmãos do sexo masculino é considerada ótima ou boa por 71%. Quando se trata das irmãs, essa taxa é de 68%. A média de idade com que os entrevistados deixaram a casa dos pais é de aproximadamente 20 anos. Dos que moram com os pais atualmente, 72% sempre viveram dessa maneira. Saíram da casa dos pais para morar com um companheiro, e voltaram, 12%. Já moraram sozinhos 5%, mesmo percentual dos que foram morar com parentes e voltaram à casa dos pais, e 1% dividiram uma casa com amigos. A taxa dos que dizem que os pais tiveram um casamento religioso caiu de 80% em 1998 para 71% hoje, e a dos que afirmam que eles se casaram no civil passou de 83% para 78%. Problemas financeiros continuam sendo a principal motivação para brigas ou discussões na casa de quem moram com alguém. Esse motivo é citado por 14% desses entrevistados. Em 1998 essa taxa era de 11%. Um quinto (21%) afirma que não há motivos para brigas ou discussão em casa. Alguns dos outros motivos para brigas citados são: ciúmes do companheiro (6%), o fato do companheiro ou de um dos filhos beber, divergência de opiniões, desorganização ou bagunça (4%, cada), discussões entre filhos, irmãos, sobrinhos ou netos, divisão das tarefas da casa e disputa por causa dos canais de TV (3%). A vida em uma casa com um único morador é considerada ótima ou boa por 52% dos brasileiros que moram sozinhos. Um quarto (25%), por outro lado, considera ruim ou péssimo morar sozinho. Para 22%, é uma maneira de viver que pode ser considerada regular. A vantagem de morar sozinho mais citada por esses entrevistados é não precisar dar satisfações a ninguém, poder fazer o que quiser, resposta de 39%. Ter tranqüilidade, paz, não ter ninguém para perturbar fica em segundo lugar, com 17% de menções. Vêm a seguir não ter hora nem para sair nem para voltar para casa (7%), ter privacidade (5%), não ter horários determinados para a realização de tarefas, menos despesas (4%, cada), ter a liberdade de acordar a hora que quiser e não ter briga em família (2%, cada). Dizem não ver qualquer vantagem em morar sozinho 11%.Citam solidão e falta de companhia como principal desvantagem de morar sozinho 37%. Vêem como desvantagem não ter com quem conversar 18% e ter que fazer serviços domésticos em geral 14%. Foram citadas, ainda, entre outras desvantagens, não ter a quem recorrer em caso de doença (7%), a falta de alguém para ajudar nas despesas e a preocupação com a segurança do domicílio (2%, cada). Afirmam que não existe desvantagem em morar sozinho 13%. FIDELIDADE É QUALIDADE MAIS DESEJÁVEL E FATOR MAIS IMPORTANTE PARA A FELICIDADE DE UM CASAMENTOSer fiel: essa é a qualidade mais desejável em um marido ou esposa deve ter, segundo os brasileiros. Indagados sobre qual é a principal qualidade que uma esposa deve ter, 21% citam a fidelidade. Quando se trata da principal qualidade de um marido, essa é a resposta de 25%. Essas taxas, no entanto, são menores do que as verificadas em 1998, quando 27% se referiam à fidelidade como principal qualidade de uma esposa e 31% citavam a mesma característica quando pensavam em um marido ideal. No que se refere à esposa, o percentual dos que dizem que ela deve ser sincera, não mentir, oscilou de 12% para 11% e o dos que citam como principal qualidade ela ser companheira, amiga, oscilou de 6% para 8%. Para 10%, ela deve respeitar o marido (eram 11% na pesquisa anterior). Uma das maiores variações em relação à pesquisa de nove anos atrás se deu na taxa dos que consideram cuidar bem da casa a principal qualidade que uma esposa deve ter: foi uma queda de 12 pontos percentuais, de 19% para 7%. Também caiu a taxa dos que dizem que a principal qualidade de uma esposa deve ser cuidar dos filhos, que passou de 11% para 5%. Quando se pensa na principal qualidade de um marido, a taxa dos que dizem que ele deve ser companheiro, amigo, passou de 6% para 10%. Também foram mais citadas, dessa vez, qualidades como amar a esposa (de 2% para 10%) e ser atencioso com ela (de 2% para 10%). Por outro lado, a taxa dos que dizem que a principal qualidade de um marido deve ser sustentar a família caiu oito pontos percentuais, passando de 13% para 5% das menções. Entre outras características citadas, destacam-se, ainda: respeitar a esposa (13%), ser sincero, não mentir (12%), ser trabalhador (7%) e ser responsável (6%). A valorização da fidelidade aparece em outras duas perguntas feita aos brasileiros. Apresentados a uma lista com seis itens, e indagados qual deles seria o fator mais um importante para a felicidade de um casamento, em primeiro lugar, 38% apontam a fidelidade. Essa taxa era 15 pontos menor em 1998, quando 23% apontavam a fidelidade como fator mais importante. Assim, esse aspecto divide hoje a liderança com o amor, cuja taxa de menções caiu de 41% para 35% nesses nove anos. Vêm a seguir: honestidade (15%), filhos (5%), vida sexual satisfatória e dinheiro (2%).Já a infidelidade, ou traição, é apontada por 53% como o fator mais prejudicial para um casamento, em primeiro lugar, superando por larga vantagem a falta de amor (15%). Ciúmes vem em terceiro lugar, com 11% de menções. Os resultados para os demais itens listados na pesquisa são: incompatibilidade de gênios (5%), desemprego (4%), dificuldades financeiras, brigas com a família do companheiro (3% cada um), não ter filhos, um dos parceiros gastar demais e vida sexual insatisfatória (1%, cada). Para a maioria, o bem dos filhos não justifica a manutenção de um casamento que já não funciona muito bem. Nesse caso, também, a fidelidade aparece como fator primordial. Discordam da afirmação de que, mesmo que o parceiro tenha um amante fixo, o casamento deve ser mantido, para o bem dos filhos, 84%, dos quais 75% discordam totalmente e 9%, em parte. Apenas 13% concordam com essa afirmação. Uma infidelidade eventual obtém maior tolerância: 65% discordam da afirmação de que o casamento deve ser mantido, mesmo que o parceiro tenha sido infiel uma vez ou outra. Um terço (30%), porém, concorda com a frase, sendo que 13% concordam totalmente e 18% concordam em parte. E o casal deve manter o casamento pelo bem dos filhos, mesmo que a relação tenha acabado? Não deve, segundo os 67% que discordam da afirmação (54% discordam totalmente e 13% discordam em parte). Concordam com a frase 30%, dos quais 17% concordam totalmente e 13% concordam em parte. O percentual dos que discordam da afirmação de que a mulher pode até ter outros, mas o importante é que ela sempre volte pra casa, é de 90%, sendo que 84% discordam totalmente. Concordam com essa afirmação 9% (5% totalmente, 4%, em parte). Em relação aos homens, a tolerância é maior: 19% concordam que um homem até pode ter outras, contanto que volte pra casa, sendo que 11% concordam totalmente e 8% concordam em parte. A maioria (79%) discorda da afirmação.A maioria (59%) discorda da afirmação de que a mulher deve deixar de trabalhar fora para cuidar dos filhos. Concordam com essa afirmação 33%. Porém, 49% concordam que a mulher só deve trabalhar fora quando o salário dela é realmente necessário, ante 45% que discordam da afirmação. Entre os homens, a taxa dos que concordam chega a 56%; já entre as mulheres, ela, embora menor do que a registrada entre os entrevistados do sexo masculino, atinge 43%. 21% ADMITEM TER SIDO INFIÉIS NO CASAMENTOApesar da valorização da fidelidade no casamento, um quinto (21%) dos entrevistados admitem já ter sido infiéis em sua união atual. Ente os homens essa taxa sobe para 34%; entre as mulheres ela é de 8%. Quando indagados sobre a infidelidade do companheiro, 15% afirmam já ter sido traídos, percentual quase igual ao dos que não sabem responder ao questionamento (13%). Declaram que o companheiro não foi infiel 69%. Entre os homens, a taxa dos que dizem que já foram traídos é de 5%; entre as mulheres esse percentual é cinco vezes maior, chegando a 25%. A grande maioria (81%) dos entrevistados casados, que vivem atualmente com alguém, que já foram casados ou já viveram com alguém, passaram pela experiência uma vez. A média de duração do casamento, levando-se em consideração o atual, é de 16 anos. Dizem já ter se casado duas vezes 14%, e três vezes ou mais, 3%. Declaram ter casado no religioso e no civil 44%. Casaram apenas no civil 17% e apenas no religioso 3%. Um terço (31%) dos que vivem ou já viveram com alguém não se casou nem no civil nem no religioso. Os motivos mais citados pelos que não casaram no civil para essa opção foram falta de interesse do companheiro (16%), falta de dinheiro (15%) e não achar importante a formalização do casamento (12%). Entre os homens, a falta de dinheiro ocupa o primeiro lugar entre os motivos para a não realização do casamento civil, atingindo 22% das menções. Já entre as mulheres, o motivo mais citado é o desinteresse do cônjuge, citado por 21%. A maioria dos brasileiros se casou no máximo até os 25 anos de idade: 28% se casaram até 18 anos e 48% se uniram a alguém entre os 19 e os 25 anos. A média de idade com que o casamento ou união aconteceu é de 22 anos, idêntica à registrada em 1998.Chega a 85% a taxa dos que consideram o relacionamento com o companheiro ótimo ou bom. Segundo 10%, o relacionamento é regular, e apenas 3% classificam-no como ruim ou péssimo. MULHERES SE SEPARAM PRINCIPALMENTE POR CAUSA DE TRAIÇÃO DO CÔNJUGE;HOMENS, POR CAUSA DE CIÚMESDos entrevistados que já se casaram ou viveram com alguém, 35% já se separaram alguma vez. Desses, 28% se separaram uma vez, 4% passaram por duas separações e 2% por três separações. O principal motivo para a última separação, hoje, como em 1998, foi infidelidade do companheiro. As menções a esse motivo oscilaram de 30% há nove anos para 31% hoje. O segundo motivo mais citado diz respeito a ciúmes e brigas geradas por desconfiança, resposta de 16%, taxa sete pontos maior do que a registrada na pesquisa anterior (9%). Entre as mulheres, a taxa de menções à infidelidade do companheiro como principal motivo para a separação chega a 41%. Entre os homens, ela é de 17%, oito pontos menor do que a dos que citam ciúmes (25%) como causa da ruptura. A taxa de menções a agressões e violência física caiu de 13% para 8%, e a dos que dizem que o principal motivo para a separação foi o fato do companheiro beber passou de 13% para 7%. Alguns dos outros motivos citados para a separação mais recente foram: falta de amor (7%), incompatibilidade de gênios, motivos financeiros (6%, cada) e problemas com a família do companheiro (4%). A maioria (64%) diz que, da última vez que se separou, a decisão foi sua. De acordo com 17%, foi o companheiro que tomou a decisão e segundo 13% a separação foi decidida por ambos. Entre as mulheres, a taxa das que dizem ter tomado a iniciativa da separação (75%) é 24 pontos percentuais maior do que a registrada entre os homens (51%). A maioria (59%) dos que já se separaram não casou novamente. Dizem que o companheiro se casou 46% do total. Entre as mulheres, a taxa das que dizem que o companheiro casou outra vez é de 50%; entre os homens, ela é de 42%. Dos que se casaram novamente (36% do total de entrevistados), 28% levaram entre dois e cinco anos para se casar novamente. O intervalo entre a separação e uma nova união é em média de 3 anos. Tinham filhos com o cônjuge no momento da separação 85%; 33% tinham um filho e 24% tinham dois filhos ao se separar. Os filhos tinham, em média, 11 anos no momento da separação. Afirmam ter ficado com a guarda dos filhos 59%. Entre as mulheres essa taxa chega a 89% ; entre os homens ela é de 18%. A maioria (77%) desses entrevistados afirma que a guarda dos filhos foi decidida por comum acordo, 18% afirmam que foi uma decisão legal e 4% declaram que a decisão foi das crianças. Um quinto (20%) declara pagar pensão para os filhos que teve em uma relação que terminou. Entre os homens essa taxa é de 45%; a maior parte deles (53%), no entanto, não paga pensão. Entre as mulheres, 1% paga pensão para os filhos. Apenas 5% declaram pagar pensão para o ex-cônjuge. Dizem receber pensão para os filhos 17% e para si próprios 3%. 43% DOS QUE JÁ FORAM CASADOS NÃO QUEREM VIVER COM ALGUÉM NOVAMENTEA maioria (63%) dos brasileiros que não estão casados, nem vivendo com alguém no momento, pretendem mudar essa situação. Percebe-se que a vontade de casar é mais frequente entre os homens do que entre as mulheres. E que, quanto mais jovem o entrevistado, maior esse desejo. Entre os homens que não vivem com alguém no momento, 71% pretendem passar a dividir um lar com outra pessoa. Entre as mulheres nessa condição essa taxa é de 55%, ou 16 pontos percentuais menor. Entre as mulheres que têm 41 anos ou mais a taxa das que não querem casar chega a 59%. Entre os que têm entre 16 e 25 anos, e não estão casados no momento, a taxa dos que pretendem casar ou viver com outra pessoa chega a 82%. Ela é de 71% entre os que têm de 26 a 40 anos. Já entre os que têm 41 anos ou mais, 50% não pretendem se casar, ante 29% que têm essa intenção.A pesquisa também mostra que a vontade de casar é bem mais expressiva entre os que ainda não viveram a experiência do que entre os que já passaram por ela, e que, entre as mulheres, a rejeição à idéia de uma nova união é mais forte do que entre os homens. Entre os que nunca viveram com alguém, 80% pretendem casar pela primeira vez. Nesse caso, a diferença entre homens e mulheres não é tão grande: a taxa dos que nunca viveram com alguém antes e têm a intenção de fazê-lo é de 82% entre eles e de 78% entre elas. Entre os que já viveram com alguém, 43% não têm a intenção de casar novamente, ante 38% que declaram essa vontade. Aqui revela-se uma diferença significativa entre os sexos. Entre os homens que já dividiram um teto com alguém, a maior parte (50%) ainda se mostra disposto a repetir a experiência, e 31% rejeitam a idéia. Entre as mulheres que já foram casadas, a situação é inversa: 50% não querem repetir a experiência e 30% têm esse desejo. Entre as que já viveram com alguém e tem 41 anos ou mais a taxa das que não querem se casar novamente vai a 60%.

62% TÊM FILHOSAfirmam ter filhos 62% dos entrevistados, taxa idêntica à registrada em 1998. Entre as mulheres, 68% afirmam ser mães. Entre os homens, 56% são pais.Declaram ter um filho 18%, dois filhos 20%, três filhos 11%, quatro filhos 5% e cinco filhos ou mais 8%. A média de filhos é de 2,7 por entrevistado. Os entrevistados tiveram o primeiro filho, em média, aos 23 anos; 45% se tornaram pais entre os 19 e os 24 anos. A média de idade com que os entrevistados tiveram o primeiro filho é ligeiramente mais alta entre os homens (25 anos) do que entre as mulheres (21 anos). A idade do companheiro, na época do nascimento do primeiro filho, não difere muito da do próprio entrevistado: 40% tinham entre 19 e 24 anos, e a média é de 24 anos. A maioria (58%) afirma ter, até aqui, dedicado o tempo necessário a seus filhos. As mulheres se mostram mais tranqüilas quanto a isso: 65% delas acham que o tempo dedicado a seus filhos até o momento tem sido adequado. Já entre os homens, 49% acham que deveriam ter dedicado mais tempo, percentual idêntico ao dos que acreditam que o tempo que dedicaram tem sido suficiente. A taxa dos que consideram o relacionamento com seus filhos ótimo ou bom chega a 91%; ela é maior entre as mulheres (93%) do que entre os homens (88%). O relacionamento com filhos de um relacionamento que já terminou não é tão bem avaliado: dos que vivem essa situação (27%), 63% dizem que sua relação com esses filhos é ótima ou boa. A taxa dos que não sabem ou não querem avaliá-la é de expressivos 28%. No caso de entrevistados que moram com filhos que o companheiro teve em outro relacionamento, o relacionamento com eles é considerado ótimo ou bom por 91%. Entre os que não moram com os filhos do companheiro, essa taxa de 67%; 19% não souberam ou não quiseram fazer uma avaliação.Foram investigadas sete situações em que um filho precisa de acompanhamento, para se saber quem está com ele na maioria das vezes. De modo geral, esse papel é desempenhado com maior freqüência pelas mulheres, aqui não entendidas necessariamente como esposas. São elas que, em sua maioria, cuidam do filho quando ele está doente (90%), levam ao médico ou ao dentista (89%), acompanham nas refeições (83%), vão a reuniões de escola (78%), ajudam nas lições de casa (72%) e levam à escola (59%). Declaram já ter batido em algum filho 57%; entre as mulheres, essa taxa chega a 71%. Entre os homens, ela é de 40%. Dos que admitem já ter batido, 31% dizem fazer isso raramente, 17% batem de vez em quando, 3% afirmam que não fazem mais isso e 2% têm essa atitude sempre. 54% NÃO PRETENDEM TER FILHOSEntre os que não têm, 77% ainda pretendem terA maioria (54%) dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha não pretende ter filhos. Ainda pretendem ter filhos 40%. Naturalmente, entre os que não têm filhos, a taxa dos que ainda pretendem tê-los é maior, chegando a 77%. Entre os que já são pais e mães, ela é de 18%. Entre as mulheres, a taxa das que não pretendem ter filhos chega a 62%, oito pontos a mais do que a verificada entre o total de entrevistados. Entre os homens, ela é de 45%. Os motivos mais citados pelos que não querem ter filhos são a idade (32%), o fato de já ter filhos (20%), dificuldades financeiras (16%) e operação para não ter filhos por parte de um dos cônjuges (14%). Declaram que viveriam com uma pessoa que já tivesse filhos 64%, dos quais 49% viveriam e se casariam com ela e 15% viveriam, mas não se casariam. A tolerância à idéia de viver com uma pessoa que já tivesse filhos é maior entre os homens (67% deles admitem a hipótese) do que entre as mulheres (61%), e mais freqüente entre os que não têm filhos (67%) do que entre os que já têm (62%). A taxa dos que concordam com a afirmação de que um casal sem filhos pode ser feliz como qualquer outro subiu de 63% em 1998 para 69% hoje. Entre os que não têm filhos ela chega a 82%. Ter casa própria é um atributo que deve figurar no topo da lista de quem quiser ter filhos, na opinião da maioria dos entrevistados. Para 70% é muito importante ser proprietário de um imóvel para que um casal decida ter filhos, percentual oito pontos maior do que o registrado em 1998 (62%). Estabilidade financeira fica em segundo lugar nesse ranking, sendo considerada muito importante por 58% (eram 50% há nove anos). Também aumentou a taxa dos que consideram muito importante ter estabilidade sentimental na hora de se decidir por ter filhos, tendo passado de 48% para 54%. Para 50% é muito importante ter um plano de saúde, taxa quatro pontos superior à registrada no levantamento anterior (46%). Os itens considerados menos importantes para que um casal se decida por um filho são ter carro e contar com uma empregada em casa.No caso do automóvel, 13% acham muito importante, taxa menor do que a dos que consideram isso nada importante (19%). Ter empregada é algo considerado nada importante na hora de decidir ter um filho na opinião de 38%. São Paulo, 31 de agosto de 2007.