quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Aniversário Academia Tocantinense de Letras. Um brinde à literatura do Tocantins.
Em seu 17º aniversário, a ATL consolidou-se como uma entidade séria e, para comemorar, lança hoje, dois livros de imortais ilustresLenna Borges
Palmas
A Academia Tocantinense de Letras (ATL) comemora hoje, seu 17° aniversário de criação. Em pauta, às 14 horas, será realizada Assembléia Ordinária para tratar de assuntos como: síntese das atividades da ATL em 2007; calendário das ações da entidade para 2008 e a segunda edição da Revista da ATL.
Já às 20 horas, lançamento de duas obras de escritores-acadêmicos, são elas: Faceta da Vida Cristã, de Margarida Lemos Gonçalves, e Cronologia Histórica do Estado do Tocantins, de Otávio Barros. O evento ocorre na sede provisória da ATL, no Espaço Cultural.
Para o presidente da ATL, Eduardo Silva de Almeida o evento será o coroamento do ano proveitoso para a Academia, uma vez que, em 2007, foram realizadas várias atividades e a instituição foi convidada para participar em todas as ações de diferentes vertentes culturais.
Almeida cita ainda, a continuidade dos projetos que foram relevantes para o bom andamento e visibilidade da Academia, como: o Chuva de Poemas, o Concurso Nacional de Poesia, o Jovem Escritor e a I Caminhada das Letras. “Também vale destacar as reuniões itinerantes que foram ampliadas para todas as cidades do Estado, para a divulgação da literatura nas escolas, com professores e alunos”, reforça.
O presidente lembra também, da participação da Academia em eventos, como: Fest Palmas, o III Salão do Livro do Tocantins e Festa Literária Internacional de Parati (Flip), no Rio de Janeiro, entre outros.
Histórico
Academia Tocantinense de Letras foi fundada em 12 de dezembro de 1990, em Porto Nacional. Atualmente, a sede provisória esta instalada na Biblioteca Jaime Câmara, Espaço Cultural, em Palmas. Idealizada pelos escritores Ana Braga, José Liberato Costa Póvoa e Juarez Moreira Filho, a entidade possui 40 membros efetivos e já teve na presidência Liberato Costa Póvoa, Margarida Lemos, Mary Sônia Valadares, Juarez Moreira Filho e Isabel Dias Neves.
A ATL tem como objetivo a cultura da língua pátria e o incentivo à literatura, com ênfase para a tocantinense. Atualmente, possui 40 membros perpétuos, efetivos ou licenciados, residentes ou que tenham residido por mais de cinco anos no Tocantins.
A atual Diretoria - triênio 2007 a 2009-, é formada pelos seguintes membros: Eduardo Silva de Almeida (presidente), Sebastião Pinheiro (vice-presidente), Dourival Martins Santiago (secretário geral), Margarida Lemos Gonçalves (1ª secretária adjunta), Mary Sônia Matos Valadares (2ª secretária-adjunta), Voltarie Wolney Aires (tesoureiro), Isabel Dias Neves (oradora) e José Francisco Concesso (bibliotecário).
No Conselho Fiscal estão Gilberto Correia da Silva, Zacarias Gomes Martins e Josefa Louça e os suplentes Manoel Odir Rocha, Júlio Resplande de Araújo e Múcio José Brekenfeld Lopes Fernandes.
Otávio Barros
Otávio Barros da Silva, fundador da Cadeira 38 da Academia Tocantinense de Letras (ATL), cujo patrono é o jornalista e escritor Oswaldo Ayres da Silva. Natural de Ourinhos (PE), veio para Tocantins em 1972. Quando estudante em Recife foi presidente da Residência Estudantil do Recife, em 1964. Desistiu da faculdade de Filosofia e ingressou no jornalismo. Barros é autor de Dicionário de Tocantins, Literatura Tocantinense, Cultura Popular do Tocantins, Breve História do Tocantins e de sua Gente - Uma Luta Secular, Tocantins - Conhecendo e Fazendo História, Anuário do Tocantins e História da Imprensa no Tocantins. (L.B)
Margarida Lemos
Nascida em Vitória (Espírito Santo), no dia 5 de fevereiro de 1927, Margarida Lemos é pedagoga licenciada pela Universidade Federal do Pará e bacharel em Educação Religiosa pelo The Baptist Seminary Fort Worth, no Estado americano do Texas. Mudou-se para Tocantínia, então Norte goiano, em 1948, onde foi professora e diretora do Colégio Batista daquela cidade.
Sua peregrinação missionária a levou para estados como Maranhão e Pará, nos quais também foi professora. Foi membro do Conselho Estadual de Educação do Tocantins e presidente da ATL. É membro da Academia Palmense de Letras (APL) e foi também diretora do Colégio Batista de Palmas. Publicou a obra Beatriz, a que faz feliz. É membro da ATL, ocupando a cadeira 22, da qual tomou posse no dia 2 de março de 1991.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
domingo, 9 de dezembro de 2007
Jalapão (TO)
Por ainda não possuir uma desenvolvida infra-estrutura turística, Jalapão é um destino designado propriamente para os legítimos aventureiros. Além dos costumeiros esportes radicais, os audaciosos visitantes terão que encarar fortes e tortuosas caminhadas, uma deficiente fonte de alimentos e campings e pousadas rústicas.Porém, como prêmio, devidamente merecido, ganharão passeios inesquecíveis em dunas alaranjadas, banhos em diversas cachoeiras deliciosas e ainda terão a oportunidade de ver paisagens surpreendentes. A cidade é uma fortuna de ecoturismo que ainda está para ser realmente descoberta pelo Brasil.
Como chegar
Localizada no leste de Tocantins, Jalapão fica a 2229 km de São Paulo, 2380 km do Rio de Janeiro, 1663 km de Belo Horizonte, 820 km de Brasília, 2747 km de Porto Alegre e 1727 km de Salvador.
O melhor modo de seguir de São Paulo a pequena cidade é pela SP-310 até São José do Rio Preto, pela BR-153 até Goiânia, com a BR-060 até Anápolis, voltando então para a BR-153 até Palmas. Pega-se então a TO-050 até a Porto Nacional e de lá siga 132 km pela TO-255 até Ponte Alta de Tocantins. Dessa cidade sai uma estrada de terra que cruza Jalapão. Nesse ponto as estradas começam a ficar mais precárias, então é importante dobrar a atenção.
Para ir via área, há vôos diários à Palmas, de lá deve se alugar um carro ou procurar um ônibus que faça o caminho até a cidade em questão, que fica a 453 km de distância.
Passeios
Há diversas excursões para se fazer em Jalapão, porém todas se resumem na vontade de se aventurar e muito contato com a natureza. Além dos passeios, há também trilhas para trekking e off-road. Só é preciso se preparar antes com um guia, para não acabar se perdendo pelos confusos caminhos da mata e se informar sobre a previsão do tempo (a melhor época para visitar a cidade é de maio a setembro, que é a estação seca).
Para começar existem as cachoeiras do Latejado e do Brejo da Cama, que têm acesso pela Fazenda do Chiquinho, depois de 45 km de estrada. A primeira possui 25 metros e é composta por degraus, resultando em várias quedas. A outra, apesar de também ser muito bonita, possuí apenas 3 metros de altura.
Já a cachoeira da Velha possui duas quedas em forma de ferradura e deságua no Rio Novo. O acesso é feito pela Fazendo Triago, depois de 101 km e tem 25 metros de altura. Outra muito procurada, apesar de ter uma pequena queda, é a cachoeira do Rio Formiga. Suas águas esverdeadas e transparentes chamam atenção dos turistas e valem os 199 km de estrada até São Felix do Jalapão.
Para fortes emoções a dica é escolher o passeio de rafting no Rio Novo. Começando na altura da Ponte do Rio Novo e terminando perto da cachoeira da Velha, ele vai ficando cada vez mais emocionante conforme chega ao final. Além disso, durante o percurso se pode conhecer diversas formações naturais, como o cerrado e os chapadões.
Ainda existem diversas opções, como a gruta de Suçuapara. Com 15 metros de altura e 60 metros de comprimento, forma um cânion com cachoeira com águas calmas e amenas. Há também as famosas dunas alaranjadas, que chegam até a 40 metros de altura e se encontram no km 136 da estrada para Mateiros e o Fervedouro, que é uma piscina natural. Este nome foi designado ao local, pois, por causa do lençol freático que se encontra sob suas águas, elas borbulham, dando a sensação de que está fervendo.
Dicas
É importante ir bem equipado com mantimentos, pois a cidade não é bem estruturada em relação a restaurantes, padarias e supermercados. Outro importante item é gasolina. É bom se abastecer com um galão, além de encher o tanque, pois o último posto fica em Ponte Alta.
Recomenda-se também tomar a vacina contra febre amarela dez dias antes da viagem a Jalapão, pois é uma área considerada de risco por causa de suas matas e rios, que podem conter a presença natural de vírus.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
O português falado no Brasil é talvez o mais rico e o mais imoral dos idiomas no que se refere à definição de infância
Os esquimós têm diversos nomes para indicar a neve. Para eles, cada tipo de neve é uma coisa diferente de outro tipo. Para os povos da floresta, cada mato tem um nome específico. Os habitantes dos desertos têm nomes diferentes para dizer "areia", conforme as características específicas que ela apresenta. Para conviver com seu meio ambiente, cada povo desenvolve sua cultura com palavras distintas para diferenciar as sutilezas do seu mundo. Quanto mais palavras distinguindo as coisas que as rodeiam, mais rica é a cultura de uma população.Os brasileiros urbanos desenvolveram sua cultura criando nomes especiais para diferenciar o que, para outros povos, seria apenas uma criança.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
O lipoaspirador de defeitos terrestres

Dia após dia, deglutimos toneladas de notícias sobre as possibilidades inauditas da nossa tecnociência. Novos caminhos que provocam tanta admiração como espanto: cada vez mais, os humanos somos capazes de criar ou alterar profundamente a vida. Porém, as reflexões sobre o assunto não são novas, elas remontam à mais longínqua Antiguidade.
A mitologia grega, por exemplo, conta a história do escultor Pigmalião, que se apaixonara por uma belíssima estátua, com a qual acabou casando, numa união que se revelara mais “feliz” do que jamais teria sido possível com qualquer mulher de carne e osso. Já outro criador de seres quase-humanos, o famoso Dr. Frankenstein, como sabemos, não teve a mesma sorte com sua criatura...
Hoje, quase 200 anos depois do nascimento daquele monstro gótico engendrado na literatura, vale a pena pensar na persistente atualidade dessa lenda. Se tivesse que ressuscitar nestes alvores do século XXI, aquele ser imaginado em 1818 pela escritora britânica Mary Shelley seria bastante diferente. Em vez dos fragmentos de cadáveres mal costurados e do choque elétrico que lhe deu o inefável sopro vital, é provável que entrassem em cena dois novos fatores: o cálculo informático e o instrumental da biotecnologia. E também, é claro, a precisão e elegância dos bisturis estéticos.
Pois nas mãos dos cientistas-escultores da atualidade, aquelas rudezas analógicas da era industrial foram claramente superadas. Sejam engenheiros geneticistas ou cirurgiões plásticos, sua assepsia e exatidão parecem inspirar-se na lógica digital. Por isso, as criaturas produzidas pelos cientistas de hoje em dia iludem com sua ambigüidade, dificultando a diferenciação entre o que é natural e o que é artificial.
Basta lembrar dos protagonistas de filmes mais recentes de ficção científica: longe do mostrengo frankensteiniano, sua qualidade não-humana é impossível de ser identificada a olho nu. O personagem interpretado por Harrison Ford no filme “Blade Runner”, por exemplo, era uma espécie de policial especializado na caça aos andróides, que recorria a uma série de testes psicológicos e questionários, utilizando um conjunto de aparelhos mecânicos para medir a dilatação do íris ocular e outros sinais corporais. Tudo isto para saber se tal criatura era um ser humano ou um “replicante”; ou seja, um ser artificial, fruto da engenharia genética e da programação informática.
Mas todas essas artimanhas de raiz analógica resultam ineficazes para detectar a condição não-humana dos seres híbridos mais avançados: esses instrumentos ficaram obsoletos. Algo semelhante ocorre em outros filmes deste tipo, tais como “Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg, e a saga “Matrix”. Eles são igualzinhos a nós -ou, então, são bem melhores do que nós.
As cicatrizes dos novos “monstros”, que poderiam revelar os rastros da intervenção tecnocientífica em seus corpos, são bem mais sutis das que delatavam a grotesca artificialidade daquele ser inventado nos inícios do século XIX. Agora essas marcas se tornam imperceptíveis, convertendo inclusive as novas criaturas híbridas ou tecno-humanas em seres menos “monstruosos” que os originais pré-tecnologizados. Ou seja: nós, ou pelo menos alguns de nós.
Um dos médicos que participaram na cirurgia do primeiro transplante de rosto, por exemplo, realizada na França no final de 2005, referiu-se à condição da paciente no estado prévio à intervenção como “monstruosa”, enquanto a operação teria lhe devolvido sua condição “humana”.
Salvando as distâncias, é o que pretende provar Cindy Jackson, autora de dois livros de sucesso e também do seu próprio corpo, inspirado nas “boas formas” da boneca Barbie. Após várias dezenas de cirurgias plásticas, essa mulher de origem inglesa conseguiu efetuar uma transformação radical em seu corpo e sua subjetividade: agora sim, ela se considera bela. Semelhante é o caso da vencedora do concurso Miss Brasil de 2001, que admitiu ter se submetido a 19 cirurgias estéticas: lipoaspirações e silicone, além de várias correções no rosto.
Trata-se de versões extremas de uma tendência que está se popularizando velozmente em todo o mundo. No Brasil, aliás, o mercado da cirurgia plástica cresce a um ritmo de 20% por ano. Com mais de 600 mil intervenções por ano, o país ocupa o segundo lugar no mundo, somente ultrapassado pelos Estados Unidos. Os procedimentos mais solicitados são as lipoaspirações em diversas partes do corpo e o implante de silicone nos seios. Em seguida vêm os retoques na face, como as modificações na forma do nariz e na pele das pálpebras.
Conforme o imaginário atual, porém, essa renomada especialidade médica não parece mais operar com bisturis e tesouras, que fazem cortes na carne e deixam dolorosas cicatrizes no pós-operatório. “Quanto mais civilizada for a sociedade que ministra dor, tanto mais ela irá ocultar o fundamento da crueldade na qual essa dor se sustenta”, explica Enrique Ocaña, autor de diversos estudos sobre a relação entre técnica e dor. O ensaísta espanhol ainda recorre a um texto escrito em 1836 por John Stuart Mill, um dos pais da sociologia, lembrando que “cirurgiões, juízes e soldados mantêm relações de parentesco com o carrasco e o açougueiro”
1.
Mas a tarefa da “civilização” consiste em ocultar tais afinidades. Assim, enquanto os resultados almejados nos rostos e corpos dos pacientes são notoriamente exibidos, costumam esconder-se os procedimentos (sujos e penosos) que levam a atingi-los. Mostra-se apenas a reluzente “versão final”, o resultado como uma bela imagem, enquanto os rudes métodos são discretamente silenciados.
Portanto, a cirurgia plástica é “vendida” como uma técnica não apenas onipotente e quase mágica, mas também asséptica e virtualmente indolor. Quase digital, como se em vez de operar com instrumentos de metal afiado que rasgam a pele e dilaceram a carne, os profissionais desta área trabalhassem apenas sobre a mais etérea imagem corporal, utilizando dóceis ferramentas de software de design como o popular PhotoShop.
De fato, a palavra cirurgião tem uma origem curiosa: provém do latim “chirurgia”, por sua vez tomado do grego “kheirurgia”, cuja etimologia remete ao trabalho manual ou à prática de um ofício: “kheir” (mão) e “érgon” (trabalho). Essas raízes revelam um lado esquecido dessa prática: desde a Antiguidade até alguns séculos atrás, a tarefa do cirurgião não era muito valorizada. Até o Renascimento, inclusive, os médicos costumavam deixar esse “trabalho sujo” aos cuidados dos açougueiros ou dos barbeiros.
Se pensarmos no auge atual das cirurgias plásticas e no crescente prestígio e fortuna de seus executores, surge uma ironia: hoje cirurgiões e cabeleireiros tornam a se aproximar, como profissionais bem cotados a serviço desse recurso tão prezado: a beleza física.
Há uma enorme diferença, porém, com o que ocorria antigamente: sua qualidade de “trabalho sujo” foi abafada, e sua boa reputação não cessa de aumentar. Ou, pelo menos, seus orgulhosos representantes teimam em remanescer o mais longe possível da pavorosa figura do açougueiro. De fato, conseguem-no: aquela imagem ensangüentada foi asseada e glamourizada. Assim, os cirurgiões estéticos de nossos dias se afastam do Dr. Frankenstein... enquanto se aproximam inquietantemente de Pigmalião.
“O Moderno Prometeu”: eis o subtítulo da célebre história do monstro criado em laboratório pelo personagem de Mary Shelley. Pois a fábula recriava a tragédia desse outro herói mítico grego: o titã que foi duramente punido pelos deuses por ter feito aquilo que não devia, por ter usurpado as prerrogativas divinas, revelando aos homens os segredos do fogo.
Não é por acaso: o relato gótico foi escrito em meio às experimentações científicas que proliferavam nos inícios do século XIX, junto aos debates suscitados pela descoberta da eletricidade, e pelas potências vitalistas que esse novo tipo de energia poderia trazer, incluindo a possibilidade de ressuscitar os mortos e de reacender a indizível “faísca da vida”
2.
Nas páginas do romance, porém, o médico-criador se arrepende e confessa o estranho impulso que alimentara seu projeto desmesurado. “Com uma paciência incontida e constante, eu perscrutava a natureza em seus lugares ocultos”, relata um Dr. Frankenstein humilhado pelo fracasso da sua audaciosa empreitada -ou por seu terrível sucesso. “Recolhia ossos nos necrotérios e perturbava, com dedos profanos, os segredos tremendos da estrutura humana.” E logo se pergunta: “Quem poderia imaginar os horrores de meus trabalhos secretos, enquanto eu profanava sepulturas frescas ou torturava animais vivos para animar o barro inerte?”
3.
Mas já era tarde; como se sabe, o castigo não demoraria a chegar. A conclusão é tão óbvia como prometéica: os conhecimentos e as técnicas dos homens não são todo-poderosos; seus “dedos profanos” não podem perturbar todos os âmbitos, pois há limites que devem ser respeitados. Mas os cirurgiões plásticos de nossos dias, ao que parece, perderam os temores aos castigos divinos. Por isso, esses personagens tão contemporâneos encarnam a versão mais atual de outro mítico doutor: Fausto, aquele que é capaz de compactuar com o mesmíssimo Diabo para “ir além”, sem medir e nem temer as possíveis conseqüências.
Paradoxalmente (ou não), já se foram os tempos em que a beleza era um dom divino e sua falta uma maldição, um lamentável castigo dos deuses que exigia a mera resignação. Ou, no máximo, levava a exercer as discretas artes da dissimulação cosmética.
Foram-se embora, também, os tempos em que os primeiros “cirurgiões da beleza”, verdadeiros pioneiros desta especialidade hoje triunfal, eram desprezados por seus colegas devido à “futilidade” de suas metas. Há mais de um século, esses médicos eram acusados com o apelativo de “quack”, ou “charlatães”, bem diferentes dos cirurgiões plásticos “sérios”, aqueles dedicados à “restauração de funções” danificadas por acidentes ou malformações congênitas
4.
Assim como a eugenia e as experiências genéticas, a cirurgia plástica também possui um passado dúbio. Vínculos ancestrais ligam a origem dessa especialidade médica, no final do século XIX, à “correção” de traços faciais considerados inferiores, como as intervenções que permitiam “restaurar” narizes e orelhas associados ao fenótipo judeu.
Hoje a cirurgia plástica se populariza em todos os cantos do planeta globalizado, embora sua incidência seja inusitada nos países asiáticos. A Coréia do Sul, por exemplo, registra a média mundial mais alta desses cirurgiões por habitante.
Nessas regiões do mundo, fazem sucesso as técnicas que prometem eliminar os traços tipicamente orientais, a fim de “ocidentalizar” as aparências, tais como o formato dos olhos e dos pômulos. Refletindo essas tendências, foi lançado na China um concurso de beleza exclusivo para mulheres “ocidentalizadas” dessa maneira.
Impossível não remeter, então, à velha eugenia nazista? Apesar das inquietantes semelhanças, há uma diferença fundamental: hoje todas as aberrações que conspiram contra o “corpo perfeito” parecem ter possibilidade de cura.
Através das cirurgias plásticas e de outras técnicas à venda, é possível eliminá-las, retocá-las, lipoaspirá-las. Portanto, diferentemente do que postulavam as teorias eugênicas da primeira metade do século XX, hoje a condenação não é fatal e tampouco deve ser contornada mediante políticas públicas nacionais.
Nesta nova “eugenia soft”, a salvação depende de cada um. E é um negócio extremamente lucrativo, embora pareça alicerçado em bases ilusórias: já na década de 1980, a indústria de produtos de beleza investia em publicidade até 80% do seu orçamento, cifra que não cessa de aumentar junto com a expansão dos mercados e das margens de lucros.
Nesse quadro, não surpreende que programas de edição gráfica como o PhotoShop desempenhem um papel cada vez mais primordial na construção das fotografias midiáticas que expõem “corpos belos”. Tais técnicas oferecem às imagens corporais tudo o que a ingrata Natureza costuma escamotear aos organismos vivos, e que as duras práticas analógicas (dietas, musculação, cosméticos) ainda insistem em lhes negar:.
Com esses bisturis de software, todos os “defeitos” e outros detalhes demasiadamente orgânicos são eliminados dos corpos fotografados: com um clique do mouse, corrigem-se na tela do computador. Assim, as imagens expostas aderem a um ideal de pureza digital, longe de toda imperfeição brutalmente analógica.
Mas esse modelo digitalizado logo extrapola as telas para impregnar os corpos e as subjetividades -torna-se, então, um padrão digitalizante. Pois as imagens assim editadas se convertem em objetos de desejo a serem reproduzidos na própria carne.
domingo, 25 de novembro de 2007
China mostra abóboras gigantes
Mãe que fuma na gravidez pode deixar de ser vovó

Estudo revela que cigarro afeta fertilidade do bebê, se for uma menina. Resultado comprova, mais uma vez, os malesdo tabagismo na gestação.
Cientistas canadenses descobriram mais um problema causado pelo fumo durante a gravidez e a amamentação, especialmente perverso porque só surge décadas depois do nascimento do bebê. Segundo o grupo, mães fumantes grávidas de meninas afetam a fertilidade das filhas.
Entenda os males que o cigarro causa durante a gravidez
Em um estudo com camundongos, Andréa Jurisicova e seus colegas da Universidade de Toronto observaram que as toxinas do cigarro absorvidas pelas bebês afetam a formação de seus óvulos (as mulheres, como a maioria das fêmeas de mamíferos, nascem com todos os óvulos que terão disponíveis por sua vida). O cigarro ativa excessivamente uma proteína que faz as células que formarão os óvulos morrerem.
Para o médico brasileiro, Ciro Qirchenchtejn, da Unifesp, que coordena o Centro de Tratamento HelpFumo, a notícia é surpreendente. “São efeitos do fumo que só vão surgir vinte, trinta anos depois do nascimento da criança”, afirmou ele ao G1.
O médico lembra que o cigarro também afeta a fertilidade da mulher que é exposta ao fumo apenas na vida adulta. E o mesmo é válido para o homem. “A primeira coisa que alguém vai falar para um casal que fuma em uma clínica de fertilidade é: parem”, explica o médico.
O cigarro envelhece os ovários e antecipa a menopausa em cerca de três ou quatro anos. O problema afeta principalmente aquelas mulheres que deixaram para ter filho mais tarde, para priorizar a vida profissional. Além disso, as toxinas do cigarro tem um efeito “antiestrogênico”, ou seja, impedem a ação do hormônio feminino. “Toda a feminilidade da mulher é alterada pela presença do cigarro”, diz Qirchenchtejn.
Brasil toma as rédeas da América Latina com petróleo, diz 'El País'
"Nem o petróleo da Venezuela nem o gás da Bolívia. Com dois anúncios quase simultâneos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva colocou o Brasil como a principal potência energética da América Latina no médio prazo tanto na visão de seus vizinhos quanto nos investimentos internacionais", afirma o jornal.
Segundo a reportagem, esses dois anúncios se referem à descoberta do novo campo de Tupi, na Bacia de Santos, e à retirada do Brasil de um projeto conjunto de gás na Venezuela.
O jornal afirma que "o Brasil nunca escondeu que considera a América do Sul sua área de influência estratégica, e os acontecimentos ocorridos nos últimos dois anos em torno de projetos populistas em países da região, como Venezuela e Bolívia, haviam soado os alarmes no Executivo e na diplomacia brasileira".
O artigo argumenta que essa preocupação não vinha tanto pelo caráter político dos governos dos dois países, mas sim pela "dependência energética em que estava se afundando".
"Por isso não é de se estranhar que nesta semana Lula declarasse eufórico que 'está comprovado que Deus é brasileiro' ao comentar a descoberta das reservas de petróleo que não somente consagram a já conseguida, em 2006, auto-suficiência petrolífera do país, como o convertem em um exportador em potencial", diz o jornal.
A reportagem conclui dizendo que a nova condição brasileira e a retirada da Petrobras de um projeto de extração de gás considerado importante para a construção do gasoduto da América do Sul, proposto por Chávez, podem levar a atritos nas relações entre os dois países.
"O governo de Lula é amistoso em suas formas com seu homólogo venezuelano, mas a ninguém se escapa que ambos perseguem o objetivo de se converter em referência energética regional e estão em rumo de colisão, que cedo ou tarde ocorrerá", afirma o jornal.
"Lula e Chávez têm prevista uma reunião em dezembro, em uma cúpula trimestral ordinária, para tratar de energia. Lula chegará ao encontro em uma posição muito diferente e de muito mais força que no passado", finaliza o texto.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Petrobras sobe do 9º para o 5º lugar entre maiores empresas do continente

Em valor, estatal fica atrás apenas da Exxon Mobil, General Electric, Microsoft e AT&T.
Segundo cálculos divulgados nesta sexta-feira (9) pela empresa de consultoria Economática, o valor de mercado da Petrobras no fechamento da quinta (8) chegou a US$ 221,9 bilhões, fazendo com que a empresa saltasse do nono para o quinto lugar entre as
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
MPF apura denúncia de negligência a índio
Tocantinópolis - Indígenas acusam Hospital Municipal José Saboya de ter se recusado a atender Elias Apinajé
Cláudia SantosPalmas
Lideranças indígenas Apinajé denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) um caso de negligência do Hospital Municipal José Saboya, em Tocantinópolis, a 531 quilômetros de Palmas, que teria se recusado a atender o índio Elias Apinajé, da aldeia São José. O documento, protocolado na última sexta-feira, pede também que seja apurada a causa das lesões corporais que levaram lideranças da aldeia a buscarem socorro para o indígena.
De acordo com a denúncia, o hospital municipal se recusou a socorrer Elias, alegando que ele estava alcoolizado. Por volta da meia-noite do dia 19 de outubro, o paciente ainda não tinha sido medicado e, segundo o documento, a polícia foi chamada para retirá-lo do hospital. O paciente só veio ser atendido por volta das 8 horas da manhã e, em seguida, foi encaminhado para Araguaína. Ontem à tarde o Jornal do Tocantins entrou em contato com o Hospital de Referência e com o Dom Orione para saber sobre o estado de saúde do paciente, mas a informação foi a de que ele não estava em nenhuma das unidades.
Sobre as lesões corporais, o documento informa que Elias Apinajé foi encontrado caído com vários ferimentos, em 19 de outubro, na antiga estrada Transamazônica, próximo à aldeia São José. A bicicleta que ele usava estava intacta, mas havia marcas de pneus de moto próximas à vítima. De acordo com a denúncia, as lideranças indígenas suspeitam que houve um atentado criminoso contra Elias.
No dia em que foi protocolada a denúncia, a procuradora da República, Viviane de Araújo, solicitou ao diretor do hospital municipal de Tocantinópolis esclarecimentos sobre o que aconteceu . Este tem o prazo de dez dias úteis, a partir do recebimento do ofício, para responder.
O diretor administrativo do Hospital Municipal José Saboya, Osvaldo Ferreira Araújo, informou ao Jornal do Tocantins que José Elias foi atendido por volta das 22 horas do dia 19. Ele disse que tem documentos do hospital que podem comprovar a afirmação. Maria Isaura da Costa, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), disse que a entidade está buscando informações sobre assunto junto à família de Elias e lideranças da aldeia.
domingo, 28 de outubro de 2007
Mulher mais velha do mundo vive na Bahia

Idosa do município de Malhadas (BA), Rosalina Francisca da Silva completou 121 anos de idade em agosto e poderia estar no 'Guinness Book' se tivesse se cadastrado. De acordo com o livro dos recordes, a mulher mais velha do mundo morreu este ano com 114 anos e quem deverá ocupar o seu lugar é a norte americana Edna Parker, de apenas 114 anos, já cadastrada pela organização do livro dos recordes.
sábado, 27 de outubro de 2007
Tocantins abriga cobra gigante com escamas negras e brilhantes

Isso porque a serpente, a exemplo das sucuris (com as quais, contudo, não tem parentesco próximo), fica muito à vontade em rios e lagos, caçando basicamente peixes e sapos nas bordas e no interior de cursos d'água. A aparência pode impressionar ou até assustar, mas na verdade não há muito a temer em relação a essa espécie. "Ela tem uma saliva um pouco tóxica, que pode causar edemas [inchaço] e exigir algum tratamento, mas nada sério. O sistema de produção e inoculação de veneno dela é bem simples", explicou Franco, do Butantan, ao G1.
Exemplares do bicho foram coletados pela primeira vez quando a represa da hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, no Tocantins, foi enchida pela primeira vez -- um trabalho de salvamento faunístico que é comum nesses casos. Franco conta que foi fácil perceber que se tratava de uma serpente bem distinta dos outros membros do mesmo gênero (até então, conheciam-se duas outras espécies do gênero Hydrodynastes). Suas "primas" possuem uma cor entre o creme e o marrom.
"Essa cor preta não é uma característica que a gente vê como uma variação no interior das outras espécies. E, como essa cobra possui uma distribuição geográfica bem diferente das outras, sempre com essa aparência, a gente considera bastante seguro classificá-la como uma espécie diferente", afirma Franco. Outros detalhes da anatomia do bicho também foram analisados e incluídos na classificação da nova espécie.
Segundo o pesquisador do Butantan, ainda é cedo para dizer se o animal corre risco de desaparecer, embora o cerrado como um todo seja um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. O que a descoberta da cobra-d'água-preta deixa claro, no entanto, é o quão pouco ainda se sabe sobre a diversidade de vida do Brasil.
"Essa é uma cobra grande, corpulenta e muito conspícua, ou seja, bem visível. Mesmo assim, não havia nem sido coletada por cientistas antes. Não foi um bicho que nós tivemos de desencavar de museus, onde ainda pode haver espécies confundidas com outras parecidas", lembra ele.
Franco estima que até 30% da fauna brasileira de serpentes ainda seja desconhecida. É cobra que não acaba mais: as espécies já descritas chegam a 353, segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia (que congrega os especialistas em répteis e anfíbios). Ou seja, mais de cem espécies ainda precisam ser descobertas. É bom lembrar que só a minoria desse serpentário -- 54 espécies -- é composta por espécies venenosas.
Enquete: Você Acredita no Congresso Brasileiro?
domingo, 21 de outubro de 2007
sábado, 20 de outubro de 2007
Ceará produz melancia quadrada e sem sementes

Formato torna prático o armazenamento e transporte da fruta.
Empresário já tenta modificar a forma de outras frutas, como melões.
A produção de melancias quadradas deixou de ser exclusiva de asiáticos. Em Icapuí, cidade no interior do Ceará , agricultores resolveram apostar na produção da fruta com o formato inusitado e também sem sementes. E o risco superou as expectativas: toda a produção é vendida para o mercado europeu. Cada uma é vendida a US$ 50.
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Popularização é questão de tempo
De acordo com a assessoria do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), os agricultores cearenses são mesmo os únicos no país a produzir a melancia quadrada. Um dos motivos para a técnica ainda não ser popular é o alto investimento nas formas e os cuidados que devem ser tomados durante o cultivo das frutas Com a aceitação surpreendente do produto, outros produtores em breve devem investir na produção dessa variedade de melancia. Foi assim o fruto sem sementes passou as ser produzido por várias empresas e se tornou até comum para os produtores, já que é preferida no mercado exterior.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Licença-maternidade de seis meses já vale em 58 municípios e seis Estados
Da Redação Em São Paulo
A licença-maternidade de seis meses já vale para servidoras públicas de 58 municípios e seis Estados, que se anteciparam ao projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e aumentaram o direito, atualmente de quatro meses, por mais 60 dias. O levantamento é da Sociedade Brasileira de Pediatria.Segundo os dados, na cidade de São Paulo, por exemplo, o projeto já tramita na Câmara Municipal e inclui o aumento de 5 para 15 dias da licença-paternidade. No âmbito estadual, a proposta já está sendo analisada pelas Assembléias Legislativas de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Maranhão, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Espírito Santo.Na quinta-feira, a CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado) aprovou por unanimidade o projeto de ampliação da licença-maternidade para seis meses para trabalhadoras de empresas privadas. O projeto, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), segue agora para Câmara dos Deputados. Se aprovado, bastará a sanção do presidente Lula para que entre em vigor.De acordo com a proposta, a adoção da licença é voluntária, tanto para a empresa como para a trabalhadora. A empresa que quiser conceder a licença de seis meses deve aderir ao programa Empresa Cidadã, criado pelo próprio projeto. Com isso, o empregador terá isenção total no Imposto de Renda do valor pago às trabalhadoras nos dois meses a mais de licença.Durante a sessão, a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), autora do projeto de lei 281/05, que trata da ampliação, disse que a renúncia fiscal seria de cerca de R$ 500 milhões, devido à dedução do IR, caso o projeto seja sancionado.Entretanto, a senadora argumentou que a importância da convivência integral entre mãe e filho nos primeiros meses de vida da criança e o aleitamento materno para prevenção de doenças justificariam a cifra.No mundoNos Estados Unidos, a licença-maternidade é de até 12 semanas (três meses) e não-remunerada. Na Austrália, mulheres que têm bebês têm direito a 52 semanas de licença-maternidade, também não-remunerada. Veja como funcion
a a legislação em outros países:
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
domingo, 7 de outubro de 2007
FAMÍLIA FICA AINDA MAIS IMPORTANTE PARA BRASILEIROS

nsando na vida como um todo, 91% avaliam a relação que têm com sua mãe como ótima ou boa. Em relação ao pai essa taxa é de 76%. A relação com irmãos do sexo masculino é considerada ótima ou boa por 71%. Quando se trata das irmãs, essa taxa é de 68%. A média de idade com que os entrevistados deixaram a casa dos pais é de aproximadamente 20 anos. Dos que moram com os pais atualmente, 72% sempre viveram dessa maneira. Saíram da casa dos pais para morar com um companheiro, e voltaram, 12%. Já moraram sozinhos 5%, mesmo percentual dos que foram morar com parentes e voltaram à casa dos pais, e 1% dividiram uma casa com amigos. A taxa dos que dizem que os pais tiveram um casamento religioso caiu de 80% em 1998 para 71% hoje, e a dos que afirmam que eles se casaram no civil passou de 83% para 78%. Problemas financeiros continuam sendo a principal motivação para brigas ou discussões na casa de quem moram com alguém. Esse motivo é citado por 14% desses entrevistados. Em 1998 essa taxa era de 11%. Um quinto (21%) afirma que não há motivos para brigas ou discussão em casa. Alguns dos outros motivos para brigas citados são: ciúmes do companheiro (6%), o fato do companheiro ou de um dos filhos beber, divergência de opiniões, desorganização ou bagunça (4%, cada), discussões entre filhos, irmãos, sobrinhos ou netos, divisão das tarefas da casa e disputa por causa dos canais de TV (3%). A vida em uma casa com um único morador é considerada ótima ou boa por 52% dos brasileiros que moram sozinhos. Um quarto (25%), por outro lado, considera ruim ou péssimo morar sozinho. Para 22%, é uma maneira de viver que pode ser considerada regular. A vantagem de morar sozinho mais citada por esses entrevistados é não precisar dar satisfações a ninguém, poder fazer o que quiser, resposta de 39%. Ter tranqüilidade, paz, não ter ninguém para perturbar fica em segundo lugar, com 17% de menções. Vêm a seguir não ter hora nem para sair nem para voltar para casa (7%), ter privacidade (5%), não ter horários determinados para a realização de tarefas, menos despesas (4%, cada), ter a liberdade de acordar a hora que quiser e não ter briga em família (2%, cada). Dizem não ver qualquer vantagem em morar sozinho 11%.Citam solidão e falta de companhia como principal desvantagem de morar sozinho 37%. Vêem como desvantagem não ter com quem conversar 18% e ter que fazer serviços domésticos em geral 14%. Foram citadas, ainda, entre outras desvantagens, não ter a quem recorrer em caso de doença (7%), a falta de alguém para ajudar nas despesas e a preocupação com a segurança do domicílio (2%, cada). Afirmam que não existe desvantagem em morar sozinho 13%. FIDELIDADE É QUALIDADE MAIS DESEJÁVEL E FATOR MAIS IMPORTANTE PARA A FELICIDADE DE UM CASAMENTOSer fiel: essa é a qualidade mais desejável em um marido ou esposa deve ter, segundo os brasileiros. Indagados sobre qual é a principal qualidade que uma esposa deve ter, 21% citam a fidelidade. Quando se trata da principal qualidade de um marido, essa é a resposta de 25%. Essas taxas, no entanto, são menores do que as verificadas em 1998, quando 27% se referiam à fidelidade como principal qualidade de uma esposa e 31% citavam a mesma característica quando pensavam em um marido ideal. No que se refere à esposa, o percentual dos que dizem que ela deve ser sincera, não mentir, oscilou de 12% para 11% e o dos que citam como principal qualidade ela ser companheira, amiga, oscilou de 6% para 8%. Para 10%, ela deve respeitar o marido (eram 11% na pesquisa anterior). Uma das maiores variações em relação à pesquisa de nove anos atrás se deu na taxa dos que consideram cuidar bem da casa a principal qualidade que uma esposa deve ter: foi uma queda de 12 pontos percentuais, de 19% para 7%. Também caiu a taxa dos que dizem que a principal qualidade de uma esposa deve ser cuidar dos filhos, que passou de 11% para 5%. Quando se pensa na principal qualidade de um marido, a taxa dos que dizem que ele deve ser companheiro, amigo, passou de 6% para 10%. Também foram mais citadas, dessa vez, qualidades como amar a esposa (de 2% para 10%) e ser atencioso com ela (de 2% para 10%). Por outro lado, a taxa dos que dizem que a principal qualidade de um marido deve ser sustentar a família caiu oito pontos percentuais, passando de 13% para 5% das menções. Entre outras características citadas, destacam-se, ainda: respeitar a esposa (13%), ser sincero, não mentir (12%), ser trabalhador (7%) e ser responsável (6%). A valorização da fidelidade aparece em outras duas perguntas feita aos brasileiros. Apresentados a uma lista com seis itens, e indagados qual deles seria o fator mais um importante para a felicidade de um casamento, em primeiro lugar, 38% apontam a fidelidade. Essa taxa era 15 pontos menor em 1998, quando 23% apontavam a fidelidade como fator mais importante. Assim, esse aspecto divide hoje a liderança com o amor, cuja taxa de menções caiu de 41% para 35% nesses nove anos. Vêm a seguir: honestidade (15%), filhos (5%), vida sexual satisfatória e dinheiro (2%).Já a infidelidade, ou traição, é apontada por 53% como o fator mais prejudicial para um casamento, em primeiro lugar, superando por larga vantagem a falta de amor (15%). Ciúmes vem em terceiro lugar, com 11% de menções. Os resultados para os demais itens listados na pesquisa são: incompatibilidade de gênios (5%), desemprego (4%), dificuldades financeiras, brigas com a família do companheiro (3% cada um), não ter filhos, um dos parceiros gastar demais e vida sexual insatisfatória (1%, cada). Para a maioria, o bem dos filhos não justifica a manutenção de um casamento que já não funciona muito bem. Nesse caso, também, a fidelidade aparece como fator primordial. Discordam da afirmação de que, mesmo que o parceiro tenha um amante fixo, o casamento deve ser mantido, para o bem dos filhos, 84%, dos quais 75% discordam totalmente e 9%, em parte. Apenas 13% concordam com essa afirmação. Uma infidelidade eventual obtém maior tolerância: 65% discordam da afirmação de que o casamento deve ser mantido, mesmo que o parceiro tenha sido infiel uma vez ou outra. Um terço (30%), porém, concorda com a frase, sendo que 13% concordam totalmente e 18% concordam em parte. E o casal deve manter o casamento pelo bem dos filhos, mesmo que a relação tenha acabado? Não deve, segundo os 67% que discordam da afirmação (54% discordam totalmente e 13% discordam em parte). Concordam com a frase 30%, dos quais 17% concordam totalmente e 13% concordam em parte. O percentual dos que discordam da afirmação de que a mulher pode até ter outros, mas o importante é que ela sempre volte pra casa, é de 90%, sendo que 84% discordam totalmente. Concordam com essa afirmação 9% (5% totalmente, 4%, em parte). Em relação aos homens, a tolerância é maior: 19% concordam que um homem até pode ter outras, contanto que volte pra casa, sendo que 11% concordam totalmente e 8% concordam em parte. A maioria (79%) discorda da afirmação.A maioria (59%) discorda da afirmação de que a mulher deve deixar de trabalhar fora para cuidar dos filhos. Concordam com essa afirmação 33%. Porém, 49% concordam que a mulher só deve trabalhar fora quando o salário dela é realmente necessário, ante 45% que discordam da afirmação. Entre os homens, a taxa dos que concordam chega a 56%; já entre as mulheres, ela, embora menor do que a registrada entre os entrevistados do sexo masculino, atinge 43%. 21% ADMITEM TER SIDO INFIÉIS NO CASAMENTOApesar da valorização da fidelidade no casamento, um quinto (21%) dos entrevistados admitem já ter sido infiéis em sua união atual. Ente os homens essa taxa sobe para 34%; entre as mulheres ela é de 8%. Quando indagados sobre a infidelidade do companheiro, 15% afirmam já ter sido traídos, percentual quase igual ao dos que não sabem responder ao questionamento (13%). Declaram que o companheiro não foi infiel 69%. Entre os homens, a taxa dos que dizem que já foram traídos é de 5%; entre as mulheres esse percentual é cinco vezes maior, chegando a 25%. A grande maioria (81%) dos entrevistados casados, que vivem atualmente com alguém, que já foram casados ou já viveram com alguém, passaram pela experiência uma vez. A média de duração do casamento, levando-se em consideração o atual, é de 16 anos. Dizem já ter se casado duas vezes 14%, e três vezes ou mais, 3%. Declaram ter casado no religioso e no civil 44%. Casaram apenas no civil 17% e apenas no religioso 3%. Um terço (31%) dos que vivem ou já viveram com alguém não se casou nem no civil nem no religioso. Os motivos mais citados pelos que não casaram no civil para essa opção foram falta de interesse do companheiro (16%), falta de dinheiro (15%) e não achar importante a formalização do casamento (12%). Entre os homens, a falta de dinheiro ocupa o primeiro lugar entre os motivos para a não realização do casamento civil, atingindo 22% das menções. Já entre as mulheres, o motivo mais citado é o desinteresse do cônjuge, citado por 21%. A maioria dos brasileiros se casou no máximo até os 25 anos de idade: 28% se casaram até 18 anos e 48% se uniram a alguém entre os 19 e os 25 anos. A média de idade com que o casamento ou união aconteceu é de 22 anos, idêntica à registrada em 1998.Chega a 85% a taxa dos que consideram o relacionamento com o companheiro ótimo ou bom. Segundo 10%, o relacionamento é regular, e apenas 3% classificam-no como ruim ou péssimo. MULHERES SE SEPARAM PRINCIPALMENTE POR CAUSA DE TRAIÇÃO DO CÔNJUGE;HOMENS, POR CAUSA DE CIÚMESDos entrevistados que já se casaram ou viveram com alguém, 35% já se separaram alguma vez. Desses, 28% se separaram uma vez, 4% passaram por duas separações e 2% por três separações. O principal motivo para a última separação, hoje, como em 1998, foi infidelidade do companheiro. As menções a esse motivo oscilaram de 30% há nove anos para 31% hoje. O segundo motivo mais citado diz respeito a ciúmes e brigas geradas por desconfiança, resposta de 16%, taxa sete pontos maior do que a registrada na pesquisa anterior (9%). Entre as mulheres, a taxa de menções à infidelidade do companheiro como principal motivo para a separação chega a 41%. Entre os homens, ela é de 17%, oito pontos menor do que a dos que citam ciúmes (25%) como causa da ruptura. A taxa de menções a agressões e violência física caiu de 13% para 8%, e a dos que dizem que o principal motivo para a separação foi o fato do companheiro beber passou de 13% para 7%. Alguns dos outros motivos citados para a separação mais recente foram: falta de amor (7%), incompatibilidade de gênios, motivos financeiros (6%, cada) e problemas com a família do companheiro (4%). A maioria (64%) diz que, da última vez que se separou, a decisão foi sua. De acordo com 17%, foi o companheiro que tomou a decisão e segundo 13% a separação foi decidida por ambos. Entre as mulheres, a taxa das que dizem ter tomado a iniciativa da separação (75%) é 24 pontos percentuais maior do que a registrada entre os homens (51%). A maioria (59%) dos que já se separaram não casou novamente. Dizem que o companheiro se casou 46% do total. Entre as mulheres, a taxa das que dizem que o companheiro casou outra vez é de 50%; entre os homens, ela é de 42%. Dos que se casaram novamente (36% do total de entrevistados), 28% levaram entre dois e cinco anos para se casar novamente. O intervalo entre a separação e uma nova união é em média de 3 anos. Tinham filhos com o cônjuge no momento da separação 85%; 33% tinham um filho e 24% tinham dois filhos ao se separar. Os filhos tinham, em média, 11 anos no momento da separação. Afirmam ter ficado com a guarda dos filhos 59%. Entre as mulheres essa taxa chega a 89% ; entre os homens ela é de 18%. A maioria (77%) desses entrevistados afirma que a guarda dos filhos foi decidida por comum acordo, 18% afirmam que foi uma decisão legal e 4% declaram que a decisão foi das crianças. Um quinto (20%) declara pagar pensão para os filhos que teve em uma relação que terminou. Entre os homens essa taxa é de 45%; a maior parte deles (53%), no entanto, não paga pensão. Entre as mulheres, 1% paga pensão para os filhos. Apenas 5% declaram pagar pensão para o ex-cônjuge. Dizem receber pensão para os filhos 17% e para si próprios 3%. 43% DOS QUE JÁ FORAM CASADOS NÃO QUEREM VIVER COM ALGUÉM NOVAMENTEA maioria (63%) dos brasileiros que não estão casados, nem vivendo com alguém no momento, pretendem mudar essa situação. Percebe-se que a vontade de casar é mais frequente entre os homens do que entre as mulheres. E que, quanto mais jovem o entrevistado, maior esse desejo. Entre os homens que não vivem com alguém no momento, 71% pretendem passar a dividir um lar com outra pessoa. Entre as mulheres nessa condição essa taxa é de 55%, ou 16 pontos percentuais menor. Entre as mulheres que têm 41 anos ou mais a taxa das que não querem casar chega a 59%. Entre os que têm entre 16 e 25 anos, e não estão casados no momento, a taxa dos que pretendem casar ou viver com outra pessoa chega a 82%. Ela é de 71% entre os que têm de 26 a 40 anos. Já entre os que têm 41 anos ou mais, 50% não pretendem se casar, ante 29% que têm essa intenção.A pesquisa também mostra que a vontade de casar é bem mais expressiva entre os que ainda não viveram a experiência do que entre os que já passaram por ela, e que, entre as mulheres, a rejeição à idéia de uma nova união é mais forte do que entre os homens. Entre os que nunca viveram com alguém, 80% pretendem casar pela primeira vez. Nesse caso, a diferença entre homens e mulheres não é tão grande: a taxa dos que nunca viveram com alguém antes e têm a intenção de fazê-lo é de 82% entre eles e de 78% entre elas. Entre os que já viveram com alguém, 43% não têm a intenção de casar novamente, ante 38% que declaram essa vontade. Aqui revela-se uma diferença significativa entre os sexos. Entre os homens que já dividiram um teto com alguém, a maior parte (50%) ainda se mostra disposto a repetir a experiência, e 31% rejeitam a idéia. Entre as mulheres que já foram casadas, a situação é inversa: 50% não querem repetir a experiência e 30% têm esse desejo. Entre as que já viveram com alguém e tem 41 anos ou mais a taxa das que não querem se casar novamente vai a 60%. 













